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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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<strong>do</strong> amor <strong>da</strong> mãe e pela não constituição ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, insiste em respon<strong>de</strong>r-lhe a<br />

solicitação.<br />

No Seminário V “As formações <strong>do</strong> inconsciente”, Lacan (1958) sugere o Édipo<br />

dividi<strong>do</strong> em três tempos. No primeiro tempo, a criança encontra-se numa relação dual com a<br />

mãe, supon<strong>do</strong> ser a falta <strong>de</strong>la. A partir <strong>de</strong>sse momento, advém o que Lacan <strong>de</strong>nominou<br />

segun<strong>do</strong> tempo <strong>do</strong> Édipo, que é marca<strong>do</strong> pela entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> um terceiro nomea<strong>do</strong> <strong>de</strong> significante<br />

Nome-<strong>do</strong>-Pai, que vai para além <strong>da</strong> relação dual: é a lei <strong>do</strong> pai que intervém, não com sua<br />

presença, mas com sua palavra.<br />

O terceiro tempo <strong>do</strong> Édipo marcará seu <strong>de</strong>clínio, no qual a função paterna<br />

representa a lei e simboliza um valor estruturante, capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o lugar exato <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>da</strong> mãe, condição esta para que a lei paterna seja representativa <strong>da</strong> lei. A passagem pelos três<br />

tempos <strong>do</strong> Édipo fará com que a criança interiorize a lei, inserin<strong>do</strong>-se na cultura e na<br />

linguagem. Dessa forma, compreen<strong>de</strong>mos a estrutura psicótica a partir <strong>de</strong> uma falha ocorri<strong>da</strong><br />

na relação primordial.<br />

Utilizaremos alguns <strong>de</strong>sses aspectos fun<strong>da</strong>mentais para compreen<strong>de</strong>r a<br />

constituição <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e sua implicação na psicose <strong>de</strong> Daniel Paul Schreber. Po<strong>de</strong>mos<br />

afirmar que o início <strong>da</strong> psicose em Schreber se <strong>de</strong>u após ele ser nomea<strong>do</strong> ao cargo <strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Corte <strong>de</strong> Apelação <strong>de</strong> Dres<strong>de</strong>n, o qual correspon<strong>de</strong> simbolicamente à função<br />

paterna, uma vez que ele é encarrega<strong>do</strong> <strong>da</strong>s leis. É acerca <strong>da</strong> falta <strong>de</strong>sse nome – Nome-<strong>do</strong>-Pai<br />

– e <strong>de</strong> suas conseqüências que preten<strong>de</strong>mos refletir sobre a função <strong>do</strong>s pais <strong>de</strong> Daniel Paul<br />

Schreber com relação à psicose.<br />

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