13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

interpretação. En<strong>de</strong>reça<strong>do</strong> ao Outro, o sintoma recebia <strong>de</strong>ssa instância significação. Temos<br />

então que o sintoma é um saber que se lê, o que aponta a uma dimensão <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>, mas que,<br />

enquanto saber, diz <strong>de</strong> um impossível. Por isso, mal gra<strong>do</strong> a interpretação, um sintoma não se<br />

dissolve. Porque o sintoma insiste? A resposta <strong>de</strong> Lacan é: por causa <strong>do</strong> gozo.<br />

Inicialmente, Lacan isolou a dimensão <strong>do</strong> gozo em termos <strong>de</strong> fantasma, que se<br />

encontra na origem <strong>da</strong> repetição sintomática. Assim, ele opôs sintoma e fantasma a partir <strong>de</strong><br />

traços distintivos, estabelecen<strong>do</strong> uma relação <strong>do</strong> sintoma com o significante e <strong>da</strong> fantasia com<br />

o objeto. A partir disso, na clínica, encontramos uma motili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> sintoma, porque está<br />

inscrito na ca<strong>de</strong>ia significante, e uma fi<strong>xi</strong><strong>de</strong>z <strong>da</strong> fantasia, porque remete a uma cena. A<br />

fantasia é então o que há <strong>de</strong> real na experiência <strong>de</strong> uma análise, pois se trata <strong>de</strong> um resíduo,<br />

um resto <strong>do</strong> qual é impossível falar. Ela concerne à estrutura <strong>do</strong> sujeito, por isso não se<br />

modifica. Já o sintoma tem por função tamponar o fantasma, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> por ele e por<br />

isso mesmo é por ele que se po<strong>de</strong>rá ler algo <strong>da</strong> fantasia <strong>do</strong> sujeito. Por isso, o analista trata o<br />

sintoma sem o liqui<strong>da</strong>r, pois há algo <strong>de</strong>le que permanece e opera sobre o gozo propician<strong>do</strong> a<br />

travessia <strong>do</strong> fantasma. A construção <strong>do</strong> fantasma em uma análise perpassa a questão <strong>do</strong> saber,<br />

intervin<strong>do</strong> sobre a ignorância <strong>do</strong> sujeito a respeito <strong>de</strong> sua causa. Neste percurso, construir<br />

equivale ao esvaziamento <strong>de</strong> gozo <strong>do</strong> sintoma, surgin<strong>do</strong> com ele algo que aponte ao <strong>de</strong>sejo.<br />

Com esta noção a direção <strong>da</strong> cura visava um ultrapassamento <strong>do</strong> sintoma, para que através <strong>de</strong><br />

uma construção o sujeito pu<strong>de</strong>sse atravessar o fantasma.<br />

À questão <strong>da</strong> insistência <strong>do</strong> sintoma, Freud dá a pista, apontan<strong>do</strong> o sintoma como uma<br />

saí<strong>da</strong> precária, mas a única que po<strong>de</strong> garantir uma certa or<strong>de</strong>nação ao sujeito. Ti<strong>do</strong> por Freud<br />

278

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!