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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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ameaça<strong>do</strong>, arremessa para cima a neurose, como um subproduto, e isso lhe conce<strong>de</strong> a<br />

vantagem <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ocultar suas preocupações sobre a vi<strong>da</strong> real por trás <strong>de</strong> seus sintomas”.<br />

Com rigor, o paciente obe<strong>de</strong>cia os horários estipula<strong>do</strong>s para ingestão <strong>do</strong>s<br />

medicamentos receita<strong>do</strong>s pelo último psiquiatra. Para aquele, o anti<strong>de</strong>pressivo, o<br />

benzodiazepínico e o neuroléptico eram os principais responsáveis por uma melhora no seu<br />

bem-estar. Quan<strong>do</strong> não mais faziam o efeito espera<strong>do</strong>, procurava trocá-los. Intervenções lhe<br />

foram feitas a fim <strong>de</strong> que compreen<strong>de</strong>sse que a ingestão <strong>de</strong> medicamentos era insuficiente,<br />

mu<strong>da</strong>nças em alguns aspectos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> também eram <strong>de</strong> suma importância. Sterian (2001)<br />

consi<strong>de</strong>ra que “fazer uma pessoa pensar em si mesma não apenas como um diagnóstico, um<br />

número ou uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo, oferece-lhe a chance <strong>de</strong> reinserir-se em sua própria<br />

história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> assumir-se enquanto sujeito <strong>de</strong> seus próprios <strong>de</strong>sejos, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Para que, a partir <strong>da</strong>í, ela possa elaborar as limitações ou frustrações que sua<br />

e<strong>xi</strong>stência for lhe trazen<strong>do</strong>”.<br />

Sente-se faltante – “aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>” (sic) – por não ter o apoio <strong>do</strong>s pais, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />

por ele muito importantes em situações <strong>de</strong> crise. Em “Dostoievski e o parricídio”, Freud<br />

(1974) analisa que “se o pai foi duro, violento e cruel, o superego assume <strong>de</strong>le esses atributos<br />

e nas relações entre o ego e ele, a passivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que se imaginava ter si<strong>do</strong> reprimi<strong>da</strong> é<br />

restabeleci<strong>da</strong>. O superego se tornou sádico e o ego se torna masoquista, isto é, no fun<strong>do</strong>,<br />

passivo, <strong>de</strong> uma maneira feminina”. Devi<strong>do</strong> ao sentimento <strong>de</strong> raiva, muito evi<strong>de</strong>nte no homem<br />

condutor, afetações com coceiras eram frequentes, ele, então, respondia ao estímulo, obtinha<br />

alívio, mas tornava a área feri<strong>da</strong>. Para Freud (1901), “nos casos mais graves <strong>de</strong> psiconeuroses,<br />

os ferimentos auto-infligi<strong>do</strong>s ocasionalmente aparecem como sintomas patológicos e, nesses<br />

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