13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

primeiras entrevistas com a analista, a médica afirma a esta mãe em uma consulta que<br />

tais queixas na<strong>da</strong> tinham a ver com a Síndrome e que <strong>de</strong>veriam ser trata<strong>do</strong>s em um<br />

outro lugar (na análise).<br />

Assim, Julia chega à análise sem saber o que fazer e totalmente perdi<strong>da</strong> quanto<br />

aos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s e limites <strong>da</strong><strong>do</strong>s à filha. A partir <strong>de</strong> então, fez <strong>de</strong> fato um pedi<strong>do</strong>: que<br />

aju<strong>da</strong>sse a ela a li<strong>da</strong>r com a filha, pois teria se <strong>da</strong><strong>do</strong> conta <strong>de</strong> que era ela quem não<br />

conseguia li<strong>da</strong>r com as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Marcela e as atribuía a Síndrome. O momento <strong>de</strong><br />

passagem <strong>de</strong>ste saber na análise é fun<strong>da</strong>mental como sinaliza<strong>do</strong>r <strong>da</strong> transferência <strong>da</strong><br />

mãe. Julia, então, fora incluí<strong>da</strong> enquanto Outro e agente <strong>da</strong> função materna. Isso pô<strong>de</strong> ser<br />

sustenta<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong> analista e <strong>do</strong> laço transferencial entre esta e a mãe.<br />

A análise era <strong>de</strong> Marcela e o trabalho era incluí-la no discurso e no laço social, além<br />

<strong>de</strong> ajudá-la a <strong>da</strong>r senti<strong>do</strong> ao que lhe acontecia. No entanto, foi <strong>da</strong><strong>do</strong> também um lugar para a<br />

que mãe remetesse para si seu próprio discurso, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que isso se tornasse um projeto <strong>de</strong><br />

construção: ela construísse um saber sobre a filha e pu<strong>de</strong>sse por si encontrar outros meios <strong>de</strong><br />

li<strong>da</strong>r com as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>la. Aliás, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s duas, mãe e filha. A primeira em<br />

exercer a função materna diante <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> segun<strong>da</strong>. Além disso, <strong>de</strong> alguma forma,<br />

apostar em Marcela como sujeito à medi<strong>da</strong> que a analista apontava conquistas e mesmo<br />

escolhas <strong>da</strong> paciente para a mãe. Do mesmo mo<strong>do</strong> como com Marcela, foi preciso também<br />

aju<strong>da</strong>r a esta mãe a criar senti<strong>do</strong> no cotidiano e nas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> filha que apareciam como<br />

257

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!