13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

concretas <strong>do</strong> presente, contu<strong>do</strong>, podia ser ampara<strong>da</strong> à medi<strong>da</strong> que os outros a<br />

aju<strong>da</strong>ssem a elaborar idéias que estivessem conecta<strong>da</strong>s aos objetos já conheci<strong>do</strong>s por<br />

ela. Ou seja, aju<strong>da</strong>ssem-­‐na a perceber os objetos para além <strong>do</strong>s seus aparentes<br />

significa<strong>do</strong>s e funções. Desta forma, era possível perceber que Marcela se relacionava<br />

imaginariamente com os objetos ao re<strong>do</strong>r e tinha dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> simbolizá-­‐los. Tecla<strong>do</strong><br />

para Marcela era o <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r, o musical era um piano, não podia ser tecla<strong>do</strong><br />

também, embora analista indicasse numa sessão que esse também se chamava assim.<br />

Tinha dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s também em respon<strong>de</strong>r a perguntas que necessitassem <strong>de</strong><br />

pensamentos abstratos mais refina<strong>do</strong>s. Ela ficava extremamente ansiosa, muitas vezes<br />

nervosa, diante <strong>de</strong> perguntas caracteriza<strong>da</strong>s por ela como difíceis, por exemplo<br />

“porquês” ou <strong>de</strong>safios como <strong>de</strong>screver um <strong>de</strong>senho ou evento familiar durante o<br />

atendimento. A ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e a agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> relata<strong>da</strong>s pela escola e pela mãe se<br />

presentificavam nas sessões, ao mesmo tempo em que pareciam ser a forma que<br />

Marcela encontrava para se expressar e se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong>s situações que<br />

não sabia como li<strong>da</strong>r. Questionamentos produziam uma angústia que a <strong>de</strong>sorganizavam<br />

e sua forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar era com agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Aliás, esta parecia ser carente <strong>de</strong><br />

senti<strong>do</strong>, o que por sua vez foi busca<strong>do</strong> na análise <strong>de</strong> Marcela: aju<strong>da</strong>-­‐la a construir senti<strong>do</strong><br />

ao invés <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r em ato tais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Sobre a transferência <strong>da</strong> mãe, como foi dito, esta supunha que aquelas queixas<br />

ditas no início <strong>de</strong>ste trabalho referiam-­‐se à Síndrome <strong>de</strong> Moebius. Tal saber era<br />

direciona<strong>do</strong> à Instituição Médica como <strong>de</strong>tentor <strong>do</strong> saber sobre a mesma. Ain<strong>da</strong> nas<br />

256

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!