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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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ela apenas cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s básicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e sobrevivência. No exercício <strong>de</strong> sua função,<br />

ofereceu a Marcela um lugar equivalente a sua extensão ou como diria Oliveira e<br />

Carvalho (1994, p. 26) uma célula narcísica <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> qual não há sensação <strong>de</strong> falta,<br />

como se um e outro estivessem completos. Tal re<strong>do</strong>ma, segun<strong>do</strong> as autoras, é possível<br />

quan<strong>do</strong> a figura materna empresta seus significantes e se apresenta como inseparável.<br />

Tal célula aqui pensa<strong>da</strong> na própria “re<strong>do</strong>ma <strong>de</strong> vidro” nomea<strong>da</strong> por Julia. A forma <strong>de</strong><br />

Marcela respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ste lugar que lhe fora ofereci<strong>do</strong> era <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>da</strong> mãe para tu<strong>do</strong>,<br />

até mesmo escolher uma roupa ou pentear um cabelo, o que legitimava a fala <strong>de</strong> Julia:<br />

“tenho que fazer tu<strong>do</strong> por ela”. Porém, elas não estavam completas nem inseparáveis, e<br />

tal condição po<strong>de</strong> ter justamente causa<strong>do</strong> o incômo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Júlia no tocante à materni<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

pois ain<strong>da</strong> que não a tratasse tal como, Marcela era um sujeito.<br />

Portanto, Marcela nasce com uma Síndrome que remete à mãe a culpa e esta<br />

justifica assim to<strong>da</strong>s as suas atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manter a filha neste lugar <strong>de</strong> objeto. Sauret<br />

(1998, p. 91) diz: “a patologia médica, a <strong>de</strong>svantagem, ganha um benefício secundário<br />

para ela, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com sua estrutura, 'para testemunhar' a culpa <strong>da</strong> mãe neurótica,<br />

servir <strong>de</strong> fetiche para a mãe perversa, encarnar uma recusa primordial <strong>da</strong> mãe<br />

psicótica”. A Síndrome <strong>de</strong> Moebius serviu por to<strong>do</strong> tempo como significante importante<br />

na constituição psíquica <strong>de</strong> Marcela. A Síndrome não só representava o Real <strong>de</strong> uma<br />

condição orgânica como ela sustentava imaginariamente a culpa <strong>da</strong> mãe por seus atos.<br />

Por sua vez, Marcela, em atendimento, <strong>de</strong>monstrou ser afetuosa, comunicativa<br />

capaz <strong>de</strong> construir vínculos sóli<strong>do</strong>s. Inicialmente, não conseguia ir além <strong>da</strong>s referências<br />

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