13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Algumas observações sobre o núcleo real <strong>do</strong> sinthoma e a experiência <strong>do</strong><br />

gozo Outro<br />

Elisabeth <strong>da</strong> Rocha Miran<strong>da</strong> 1<br />

O sintoma é, para Freud, uma solução <strong>de</strong> compromisso (Kompromissbildung) entre o<br />

<strong>de</strong>sejo inconsciente e as e<strong>xi</strong>gências <strong>de</strong>fensivas <strong>do</strong> eu. É um sinal e o substituto <strong>de</strong> uma<br />

satisfação pulsional que não po<strong>de</strong> alcançar seu alvo <strong>de</strong> forma direta. É uma mensagem cifra<strong>da</strong><br />

que pe<strong>de</strong> interpretação. Para Lacan, o sintoma en<strong>de</strong>reça<strong>do</strong> ao Outro ganha uma significação.<br />

A “dialética <strong>do</strong> senhor e <strong>do</strong> escravo” elabora<strong>da</strong> por Hegel foi uma referência quan<strong>do</strong> em 1953<br />

no texto “Função e campo <strong>da</strong> palavra e <strong>da</strong> linguagem” Lacan nos dá uma primeira leitura <strong>da</strong><br />

questão <strong>do</strong> sintoma. A partir <strong>de</strong> 1958, no texto “A direção <strong>do</strong> tratamento e os princípios <strong>de</strong><br />

seu po<strong>de</strong>r” (Lacan,1958) ele concebe o inconsciente como ten<strong>do</strong> “a estrutura radical <strong>da</strong><br />

linguagem” (Lacan, 1958: 600). A linguagem, segun<strong>do</strong> Saussure, é plena <strong>de</strong> diferenças e a<br />

sincronia significante inscrita no lugar <strong>do</strong> Outro, longe <strong>de</strong> ser uma plenitu<strong>de</strong> compacta,<br />

contém rupturas. Na seqüência sincrônica <strong>da</strong> linguagem abre-se uma hiância que se revela na<br />

clínica e po<strong>de</strong> ser formaliza<strong>da</strong> graças à teoria lacaniana <strong>do</strong> Outro <strong>do</strong> significante. A<br />

incompletu<strong>de</strong> <strong>do</strong> Outro é um fato <strong>de</strong> estrutura, o que faz Lacan <strong>de</strong>fini-lo como lugar <strong>da</strong> fala,<br />

“lugar <strong>da</strong> falta” (Lacan, 1958: 633).<br />

O recurso <strong>do</strong> sujeito para li<strong>da</strong>r com essa falta é o apelo ao significante Nome-<strong>do</strong>-Pai<br />

concebi<strong>do</strong> como o significante <strong>do</strong> Outro <strong>da</strong> lei inseri<strong>do</strong> no Outro <strong>do</strong> significante. A<br />

significação fálica, produzi<strong>da</strong> retroativamente, está regi<strong>da</strong> pela função paterna, que se<br />

1 AME, Membro <strong>da</strong> <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicanálise</strong> <strong>do</strong>s Fóruns <strong>do</strong> Campo Lacaniano -­‐ Brasil, membro <strong>do</strong> Fórum Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro<br />

24

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!