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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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É preciso neste ponto consi<strong>de</strong>rar a questão <strong>da</strong> transferência que se estabelece com os<br />

discentes, assim como a transferência à Freud. Do contrário, a relação constitui-se como<br />

sintomática, on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>sejo não conta. Então, muito mais <strong>do</strong> que o “psicanalista-educa<strong>do</strong>r”<br />

ensina, o que importa é o que ele <strong>de</strong>seja saber e como está concerni<strong>do</strong> no saber psicanalítico<br />

que se propõe transmitir. A relação com os discentes é feita <strong>do</strong> mesmo “barro” que a relação<br />

transferencial com os pacientes. Quanto a isso Freud (1914, p.185) dá a seguinte<br />

recomen<strong>da</strong>ção:<br />

O caminho que o analista <strong>de</strong>ve seguir (...) é um caminho para o qual não e<strong>xi</strong>ste<br />

mo<strong>de</strong>lo na vi<strong>da</strong> real. Ele tem <strong>de</strong> tomar cui<strong>da</strong><strong>do</strong> para não se afastar <strong>do</strong> amor<br />

transferencial, repeli-lo ou torná-lo <strong>de</strong>sagradável para a paciente; mas <strong>de</strong>ve, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

igualmente resoluto, recusar-lhe qualquer retribuição. Deve manter um firme<br />

<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> amor transferencial, mas tratá-lo como algo irreal, como uma situação<br />

que se <strong>de</strong>ve atravessar no tratamento e remontar às suas origens inconscientes e que<br />

po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a trazer tu<strong>do</strong> que se acha muito profun<strong>da</strong>mente oculto na vi<strong>da</strong> erótica <strong>da</strong><br />

paciente para sua consciência e, portanto, para <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> seu controle.<br />

A transmissão em psicanálise difere-se justamente no ponto em que é possível pensá-<br />

la como um processo não natural. Dessa forma, o que impera na prática <strong>da</strong> transmissão <strong>da</strong><br />

psicanálise na universi<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ais, na forma <strong>de</strong> que ‘to<strong>do</strong>s tem que<br />

apren<strong>de</strong>r’, no estilo <strong>da</strong> tirania infantil presente na transmissão sintomática, on<strong>de</strong> parece não<br />

haver lugar para o inconsciente.<br />

Nas universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s o ato <strong>de</strong> ensinar objetiva a compreensão, que é própria <strong>da</strong><br />

aprendizagem, então, fazer compreen<strong>de</strong>r bem a ciência que se estu<strong>da</strong> é a tarefa <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente<br />

encarrega<strong>do</strong> <strong>da</strong> função <strong>de</strong> ensinar. Entretanto, aquele que transmite em psicanálise na<br />

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