13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Comecemos pensan<strong>do</strong> qual é a visa<strong>da</strong> <strong>da</strong> clínica. Sabe-se, com a leitura que <strong>de</strong><br />

Aristóteles faz Lacan no Seminário 7, que há um impossível na distribuição <strong>do</strong> bem ao outro.<br />

Ain<strong>da</strong> no Seminário 8, Lacan dirá:<br />

Não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong> nenhuma maneira, nem preconcebi<strong>da</strong>, nem permanente,<br />

colocar como primeiro termo <strong>do</strong> fim <strong>de</strong> sua ação o bem, pretenso ou não, <strong>de</strong><br />

seu paciente, mas precisamente o seu Eros (LACAN, 1992a, p. 17).<br />

Lembrança esta que nos recoloca na trilha <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> enlaçamento que o<br />

próprio sujeito será capaz <strong>de</strong> tecer. Essa mesma leitura será manti<strong>da</strong> no Seminário 17. Se, ao<br />

clinicarmos, seja on<strong>de</strong> seja, não é ao bem <strong>do</strong> outro que se <strong>de</strong>ve visar, ao que é?! Freud nos<br />

fala <strong>do</strong>s três ofícios impossíveis, Regieren, Erziehen, Kurieren, para vir a este último<br />

substituir por Analysieren. Lacan fará uma leitura precisa <strong>de</strong> Freud nesse ponto, nesse último<br />

Seminário cita<strong>do</strong>, nos esclarecen<strong>do</strong> que o impossível é o ser <strong>do</strong> psicanalista (LACAN, 1992b,<br />

p.188-189) , não sua função, <strong>do</strong>n<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que Freud refere-se assim, a partir<br />

<strong>do</strong> que seja impossível, às condições <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa função. Sen<strong>do</strong> essas condições<br />

possibilita<strong>da</strong>s pelo amor <strong>de</strong> transferência, ao qual Lacan se <strong>de</strong>dica em to<strong>do</strong> Seminário 8,<br />

chega-se com elas ao dispositivo clínico, que permite ao sujeito apostar na direção <strong>de</strong><br />

reconstruir laços nefastos para sua e<strong>xi</strong>stência e construir outros tantos que lhe garantam uma<br />

e<strong>xi</strong>stência menos sofri<strong>da</strong>, mais saudável, através <strong>de</strong> uma amarração <strong>do</strong>s registros real-<br />

simbólico-imaginário que lhe assegure um lugar. Lugar este estabeleci<strong>do</strong> sempre através <strong>do</strong><br />

laço, que implica a ex-sistência <strong>do</strong> sinthoma, como diz Lacan no Seminário 23: “Estabelecer<br />

o laço enigmático <strong>do</strong> imaginário, <strong>do</strong> simbólico e <strong>do</strong> real implica ou supõe a ex-sistência <strong>do</strong><br />

sinthoma” (LACAN, 2007, p.21). O que enten<strong>de</strong>mos como a <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> reconhecimento<br />

230

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!