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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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por maneiras que possam remediar esta falta. No entanto, durante a <strong>da</strong><strong>da</strong> procura, os sujeitos<br />

tornam-se alvos <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, sucumbin<strong>do</strong> à sedução trazi<strong>da</strong> pelas imagens representativas <strong>do</strong>s<br />

objetos <strong>de</strong> consumo (DUFOUR, 2005). Tal questão conce<strong>de</strong> corpo à problemática na esfera<br />

<strong>do</strong>s laços sociais referente ao império <strong>do</strong> “eu” em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> preocupação com o pró<strong>xi</strong>mo.<br />

Toman<strong>do</strong> por empréstimo um trecho <strong>da</strong> poesia <strong>de</strong> Bau<strong>de</strong>laire (2007), intitula<strong>da</strong> A<br />

Tampa, temos em mãos um recorte ilustrativo <strong>da</strong> época presente, a saber, “O Céu! A tampa<br />

negra <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> marmita/ Em que invisível ferve a vasta humani<strong>da</strong><strong>de</strong>” (p. 158). Face à<br />

impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gozar <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as ofertas <strong>do</strong> capitalismo, o homem contemporâneo está<br />

produzin<strong>do</strong> novos sintomas. Como resulta<strong>do</strong>, os sujeitos envere<strong>da</strong>m em uma contínua<br />

tentativa <strong>de</strong> obliterar a marca imposta pela castração, fato que conce<strong>de</strong> malogros para o laço<br />

social, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o narcisismo que perpassa a vigente socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Como conseqüência, o<br />

homem contemporâneo é atravessa<strong>do</strong> por uma <strong>de</strong>simplicação subjetiva, estan<strong>do</strong> inseri<strong>do</strong> em<br />

uma fervilhante gran<strong>de</strong> marmita, fato que representa a intolerância que contempla sua relação<br />

com o pró<strong>xi</strong>mo. Em acréscimo, temos a redução <strong>do</strong> céu a uma mera tampa, analogia que nos<br />

remete à vigente que<strong>da</strong> <strong>de</strong> referenciais consistentes. Assim, resta-nos, <strong>de</strong>certo, proclamar<br />

“Sinto que não tom(a)es”, como indicação <strong>da</strong> atuante invisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que atravessa os sintomas<br />

(note o “sintoma” que po<strong>de</strong> ser localiza<strong>do</strong> na frase) <strong>do</strong> homem <strong>de</strong> nossa época, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

seu encarceramento em uma lógica <strong>de</strong> gozo que apaga o <strong>de</strong>sejo, sua condição subjetiva,<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a residência original <strong>do</strong> sintoma, o inconsciente, logo, ocasionan<strong>do</strong> a<br />

presente <strong>de</strong>simplicação subjetiva na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> contemporânea.<br />

Referências Bibliográficas<br />

BAUDELAIRE, C. As flores <strong>do</strong> mal. Coleção a obra-prima <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> autor, São Paulo: Martin<br />

Claret, 2007.<br />

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