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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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consumo (LACAN, 1972). A condição <strong>de</strong> servidão voluntária <strong>do</strong> sujeito, portanto, favorece o<br />

revestimento <strong>do</strong> capitalismo <strong>de</strong> uma face tirânica que por meio <strong>de</strong> um <strong>de</strong>spotismo conduz à<br />

<strong>de</strong>vastação <strong>do</strong>s sujeitos, estes que estão envoltos por uma fascinação sacrificial <strong>de</strong>smedi<strong>da</strong><br />

(GEREZ-AMBERTÍN, 2009).<br />

Os sujeitos contemporâneos, como efeito, estão filia<strong>do</strong>s a um novo pai que os afoga<br />

em um horror goza<strong>do</strong>r, propician<strong>do</strong> uma <strong>de</strong>ssubjetivação. Isso, pois o discurso capitalista<br />

impera <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a castração, estan<strong>do</strong> o sujeito atravessa<strong>do</strong> por uma se<strong>de</strong> in<strong>do</strong>mável<br />

pelo gozo. (GEREZ-AMBERTÍN, 2009).<br />

Decerto, a presente época, conduz seus sujeitos à imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto à culpa,<br />

resultan<strong>do</strong> em uma crescente vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> às múltiplas manifestações <strong>do</strong> trauma,<br />

estimula<strong>da</strong> pela <strong>de</strong>ssimbolização que atravessa os laços sociais. Em acréscimo aos prejuízos<br />

trazi<strong>do</strong>s pela suspensão simbólica há uma diminuição <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> julgar, fato que<br />

produz sujeitos acríticos, forma<strong>do</strong>s pelo vazio, abertos a qualquer um que queira preenchê-lo.<br />

Por conseguinte, <strong>da</strong> vivaz atuação <strong>do</strong> capitalismo provêm sintomas ausentes <strong>de</strong> signos, sen<strong>do</strong><br />

os objetos produzi<strong>do</strong>s promovi<strong>do</strong>s a representantes <strong>de</strong> referências baliza<strong>do</strong>ras <strong>da</strong>s condutas<br />

<strong>do</strong>s sujeitos (DUFOUR, 2005).<br />

A divulga<strong>da</strong> circunstância é nutri<strong>da</strong> por uma ética <strong>do</strong> malandro. Nesta, o sujeito<br />

<strong>de</strong>fine-se como livre, agin<strong>do</strong> conforme sua vonta<strong>de</strong>, buscan<strong>do</strong> formas benéficas para si que<br />

consigam contornar a lei. A predita condição ganha campo <strong>de</strong> expressão no contexto <strong>do</strong> mo<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> produção capitalista, este que é atravessa<strong>do</strong> pelo exce<strong>de</strong>nte, convocan<strong>do</strong> os sujeitos a um<br />

gozo excessivo. O discurso capitalista tem como meta, então, a produção <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, com o<br />

propósito <strong>de</strong> gerar vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo diante <strong>do</strong>s objetos que fabrica. O sucesso <strong>de</strong> tais<br />

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