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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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introjeta<strong>do</strong> a lei e cria<strong>do</strong> laços sociais (FREUD, 1913). Como <strong>de</strong>corrência, tal sentimento é<br />

representante <strong>do</strong> mal-estar que ilustra o cenário <strong>de</strong> surgimento <strong>da</strong> civilização, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as<br />

renúncias pulsionais e<strong>xi</strong>gi<strong>da</strong>s por esta. Deriva<strong>do</strong> <strong>da</strong> internalização <strong>da</strong> lei houve a emersão <strong>do</strong><br />

supereu, responsável pela realização <strong>do</strong>s sacrifícios em prol <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. No <strong>da</strong><strong>do</strong><br />

contexto, o sintoma é, então, fortifica<strong>do</strong> pelo sentimento <strong>de</strong> culpa, como forma <strong>de</strong> punição<br />

frente a condutas transgressoras (FREUD, 1930).<br />

Toman<strong>do</strong> como base o exposto, a culpa é ti<strong>da</strong> como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um crime, através <strong>do</strong><br />

qual a lei foi estabeleci<strong>da</strong>. De tal circunstância <strong>de</strong>riva-se, portanto, uma lei que não é<br />

consistente, apresentan<strong>do</strong> falhas, consequências que propiciam campo para criações <strong>de</strong><br />

tentações que convocam ao gozo, à transgressão (GEREZ- AMBERTÍN, 2009).<br />

Diante <strong>de</strong> uma ação viola<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> lei, comumente, a confissão é ti<strong>da</strong> como a postura<br />

mais sensata a ser toma<strong>da</strong> pelo sujeito. No entanto, ao tratar-se <strong>do</strong> sujeito <strong>do</strong> inconsciente, a<br />

confissão reclama maiores minúcias. Isso, pois ao confessar sua culpa, o sujeito afasta-se <strong>da</strong><br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo seu <strong>de</strong>sejo, este que é <strong>de</strong> origem inconsciente. (GOLDENBERG, 1994)<br />

Assim, a culpa é indício <strong>de</strong> virtuosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a resposta concedi<strong>da</strong> pelo<br />

sujeito por seus atos. (GOLDENBERG, 2002). Sublinhan<strong>do</strong> a circunstância anuncia<strong>da</strong>, a<br />

culpabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, portanto, aniquila o <strong>de</strong>sejo, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a interdição que carrega consigo.<br />

(LACAN, 1957/1958)<br />

O sujeito engana-se ao pensar que é livre para escolher, graças à ine<strong>xi</strong>stência <strong>de</strong> um<br />

objeto que possa satisfazer o <strong>de</strong>sejo, fato que insere o sujeito em uma servidão voluntária<br />

(GOLDENBERG, 1994). Nesse contexto, o discurso capitalista advém com gran<strong>de</strong> força,<br />

revestin<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> astúcia, prega promessas que se consumam, guia<strong>da</strong>s pelo imperativo <strong>de</strong><br />

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