13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>de</strong>samparo, sai em busca <strong>de</strong> análise. Esse jovem ocupa o lugar <strong>de</strong> quem sofre com a estrutura.<br />

A que esse sintoma está respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong>? Alberti (1996) refere-­‐se ao sintoma como o elo<br />

necessário que se cria entre simbólico, real e imaginário no sujeito <strong>da</strong> neurose.<br />

Uma <strong>da</strong>s razões que leva o sujeito neurótico a buscar um analista para sua queixa, na<br />

qual o Outro goza, é a falha na solidificação <strong>da</strong> metáfora paterna. Po<strong>de</strong>mos, no caso, pensar<br />

numa lei simbólica frouxa?<br />

O pai <strong>de</strong> Carlos é um sujeito jovem, joga futebol nos finais <strong>de</strong> semana com os amigos e<br />

<strong>de</strong>pois sai para beber. Não raro se infiltra na turma <strong>do</strong> filho. O tio materno, único irmão <strong>da</strong><br />

mãe, inteligente igual a ele, também fez um curso técnico. Ambos foram jubila<strong>do</strong>s a seu<br />

tempo. Esse tio mora atualmente em outro Esta<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> também é funcionário público, como<br />

seus pais. Ele e a mãe <strong>de</strong> Carlos tinham um negócio comercial e ele sujou o nome <strong>de</strong>la,<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> uma enorme dívi<strong>da</strong> para ela pagar. Até hoje não se falam. A mãe compara-­‐se o<br />

tempo to<strong>do</strong> com o filho, no que diz respeito ao estu<strong>do</strong>. Percebe divergências e contradições<br />

na fala <strong>da</strong> mãe, e comenta: “Tu<strong>do</strong> que faço sempre é pouco para ela!”<br />

Qual a relação <strong>do</strong> sujeito falante com o inconsciente e o <strong>de</strong>sejo? Esta é a questão formula<strong>da</strong><br />

por Lacan na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, para construir sua teoria <strong>do</strong>s discursos, discurso como estrutura que<br />

ultrapassa em muito a palavra, estatuto <strong>de</strong> enuncia<strong>do</strong> que intervém no campo estrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong> um<br />

saber, gozo <strong>do</strong> Outro.<br />

A psicanálise opera sobre o sujeito dividi<strong>do</strong>, sujeito <strong>do</strong> discurso <strong>da</strong> histeria e <strong>da</strong> ciência. Ao<br />

testemunhar o sujeito como efeito <strong>de</strong> um discurso que, na neurose, faz laço social, a experiência<br />

psicanalítica entra como efeito indireto <strong>do</strong> discurso <strong>da</strong> ciência.<br />

213

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!