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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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porque respondia às perguntas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com seu interesse. Queria ingressar logo em uma<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> pública para aten<strong>de</strong>r ao <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong>s pais.<br />

A escolha <strong>do</strong> curso universitário <strong>de</strong>u-­‐se, segun<strong>do</strong> ele, pelo amor que tinha aos<br />

professores <strong>do</strong> colégio e também regi<strong>do</strong> pela lei <strong>do</strong> menor esforço. Não <strong>de</strong>u certo. Explica-­‐se:<br />

“A universi<strong>da</strong><strong>de</strong> estava horrível, não suportava mais aqueles professores. Foi como uma<br />

bomba em minha vi<strong>da</strong>. Aban<strong>do</strong>nei tu<strong>do</strong>. Fiquei perdi<strong>do</strong>. Não sei para on<strong>de</strong> quero ir! Só sei<br />

que não quero continuar a fazer o que fazia. Não sei nem o que quero. Não sou muito bom em<br />

na<strong>da</strong>. Mas sou bom em tu<strong>do</strong>”.<br />

Carlos, até então filho carinhoso, prestativo, estudioso, obediente, numa tentativa <strong>de</strong><br />

separar-­‐se <strong>da</strong>s figuras parentais, surpreen<strong>de</strong>-­‐as com um ato para além <strong>do</strong> sujeito, algo <strong>da</strong><br />

or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> real. Envolve-­‐se com drogas, rompe com a universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a namora<strong>da</strong> e <strong>de</strong>ixa<br />

seus pais impacta<strong>do</strong>s.<br />

Sua irmã, <strong>do</strong>is anos mais velha, está concluin<strong>do</strong> um curso superior, estagia e se<br />

prepara para tentar o mestra<strong>do</strong>. Carlos fica envergonha<strong>do</strong> perante a irmã e os amigos já<br />

estagian<strong>do</strong>, pois ele agora, ter que voltar para cursinho e tentar outra universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pública,<br />

naturalmente. Não sabe o que fazer: comunicação social, engenharia ambiental... “Vou fazer<br />

20 anos, quero escolher mais as minhas coisas. Quero ter minha in<strong>de</strong>pendência. Já pensei em<br />

ter meu próprio negócio (brincan<strong>do</strong>: quem sabe até em plantar maconha?), controlar minhas<br />

coisas, mas minha mãe diz: ‘nem pensar’. Estou me sentin<strong>do</strong> no vazio.“<br />

Carlos é um sujeito dividi<strong>do</strong> que <strong>de</strong>svela um real impossível <strong>de</strong> dizer. Sentin<strong>do</strong>-­‐se no<br />

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