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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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orromeana po<strong>de</strong> se escrever: metáfora real <strong>da</strong> estrutura. (Afinal, por que a metáfora<br />

tem que ser simbólica? Não é a escrita <strong>do</strong> nó uma metáfora real?)<br />

Se o analisante pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>senrolar o toro <strong>de</strong> sua ver<strong>da</strong><strong>de</strong> mentirosa, <strong>de</strong>paran<strong>do</strong>-se sempre<br />

com uma volta não conta<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> “senti<strong>do</strong> que não <strong>da</strong>va certo”, foi para cingir um furo que<br />

se escreveu ao final como um nó, por um reviramento tórico, quan<strong>do</strong> ele <strong>de</strong>ixou cair o estofo<br />

<strong>da</strong> superfície ao se separar <strong>do</strong> que chamou <strong>de</strong> ser religioso. O que é isso que ele chamou <strong>de</strong><br />

ser religioso senão sua própria condição tórica vista <strong>de</strong> um outro lugar? O que restou, aí, não<br />

foi o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro como consistência, como medi<strong>da</strong>, mas a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> real, como orientação<br />

para o inconsciente real. A diferença entre o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro e a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> real é que o primeiro é<br />

feito <strong>de</strong> superfície, <strong>de</strong> consistência, <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>, enquanto que a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> real é feita <strong>da</strong><br />

geometria <strong>do</strong> fio: enquanto um nó mínimo, um nó <strong>de</strong> trevo, ela não tem senti<strong>do</strong> algum, mas<br />

dá senti<strong>do</strong> (orientação) quan<strong>do</strong>, ao passar por cima e por baixo <strong>de</strong> si mesma três vezes e voltar<br />

ao mesmo lugar, separa furos e, com eles, gozos (isto é, faz litoral). Para <strong>de</strong>ixar cair a<br />

superfície <strong>do</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro e fiar-se nos furos <strong>do</strong> real, é preciso trocar <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>: substituir o<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> pelo senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> real. Daí que o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro, no final, não po<strong>de</strong> mais<br />

coincidir com o real.<br />

De volta ao caso, mais recentemente, uma sessão foi interrompi<strong>da</strong> após a seguinte<br />

frase: “não sei por que nunca pu<strong>de</strong> reconhecer isso, mas o fato é que eu posso ter brilho”:<br />

filho, pilho, brilho. Acerca <strong>de</strong>ste significante brilho, menciono Lacan:<br />

Conhecer quer dizer saber li<strong>da</strong>r com esse sintoma, saber <strong>de</strong>sembaraçá-­‐lo,<br />

saber manipulá-­‐lo, saber – isso tem alguma coisa que correspon<strong>de</strong> ao que o<br />

homem faz com sua imagem – é imaginar a maneira pela qual a gente se vira<br />

com esse sintoma. Trata-­‐se aqui, certamente, <strong>do</strong> narcisismo secundário; o<br />

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