13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

sua rouquidão. Agora, banha<strong>da</strong> pela linguagem, as cor<strong>da</strong>s vocais lesa<strong>da</strong>s tomam valor <strong>de</strong><br />

senti<strong>do</strong>. Talvez possamos consi<strong>de</strong>rar que, diante <strong>da</strong> lesão orgânica, ela constrói um saber.<br />

O sujeito articula-se na ca<strong>de</strong>ia fala<strong>da</strong>, como diz Lacan (1964, p.198): a característica<br />

<strong>do</strong> sujeito inconsciente é <strong>de</strong> estar, sob o significante que <strong>de</strong>senvolve suas re<strong>de</strong>s, suas ca<strong>de</strong>ias<br />

e sua história. Nesse senti<strong>do</strong>, o importante é o que <strong>de</strong> gozo po<strong>de</strong> ser barra<strong>do</strong> pela emergência<br />

<strong>do</strong> saber, o qual só po<strong>de</strong> ser produzi<strong>do</strong> pelo sujeito dividi<strong>do</strong>, divisão, essa, que permitiu o<br />

exílio <strong>do</strong> gozo.<br />

Lacan, no “Discurso <strong>de</strong> Genebra” (1975), concor<strong>da</strong> com o Sr. Vautier quan<strong>do</strong> este<br />

assinala que quan<strong>do</strong> se tem a impressão <strong>de</strong> que a palavra gozo recupera um senti<strong>do</strong> com um<br />

psicossomático, este já não é mais psicossomático. Eis a diferença: há um gozo, <strong>do</strong> qual se<br />

extrai um saber. Há uma nomeação, uma afetação <strong>da</strong> linguagem, uma <strong>do</strong>ença por efeito <strong>do</strong><br />

nome. No segun<strong>do</strong> exemplo, não há nomeação.<br />

Supomos que, no primeiro exemplo tem-se um sintoma e, no segun<strong>do</strong>, um fenômeno<br />

psicossomático. No primeiro, quan<strong>do</strong> Vanessa en<strong>de</strong>reçou sua queixa ao médico, a <strong>do</strong>ença<br />

ganhou um nome: contu<strong>do</strong>, ao en<strong>de</strong>reçá-la ao psicanalista, ela construiu um saber sobre o<br />

nome que a a<strong>do</strong>ecia.<br />

Em relação ao segun<strong>do</strong> exemplo, não po<strong>de</strong>mos furtar-nos a apontar o caráter<br />

emblemático <strong>de</strong>ssa lesão; ou seja, per<strong>de</strong>r as digitais significa per<strong>de</strong>r o que, no registro <strong>da</strong><br />

i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> civil , constitui a marca <strong>da</strong> e<strong>xi</strong>stência singular. Sua lesão ganhou nome, no entanto<br />

não há nome <strong>de</strong> fato que a nomeie. É palavra vazia, sem nomeação que sustente uma história.<br />

Sem nome, sua lesão <strong>de</strong>vora seu ser <strong>de</strong> sujeito, produzi<strong>do</strong> pela não afânise, não representação<br />

200

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!