13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

significa dizer que o <strong>encontro</strong> entre a representação coisa e a representação palavra não se<br />

efetivou. O afeto franquea<strong>do</strong> se tornará então não simboliza<strong>do</strong>, não encontran<strong>do</strong> uma<br />

linguagem para seu escoamento. Em termos lacanianos, trata-se <strong>de</strong> um excesso <strong>de</strong> gozo, isto<br />

é, <strong>do</strong> real.<br />

Nessa perspectiva, po<strong>de</strong>remos situar a psicossomática: o afeto <strong>de</strong>sgarra<strong>do</strong> <strong>da</strong> escritura<br />

é real; e, como tal, ataca o corpo sem mediação simbólica. Seus efeitos se mostram na marca<br />

impressa no corpo, que, no dizer <strong>de</strong> Lacan, não po<strong>de</strong> ser li<strong>da</strong>. No “Seminário 11”, Lacan situa<br />

a psicossomática, em termos linguisticos, com a fórmula <strong>da</strong> holófrase, na qual não há<br />

intervalo significante. Ele diz que a psicossomática é algo que não é um significante, mas que<br />

mesmo assim, só é concebível pela indução significante, no nível <strong>do</strong> sujeito, se passou <strong>de</strong><br />

maneira que não põe em jogo a afânise <strong>do</strong> sujeito (Lacan, 1964, p.215)<br />

Lacan não <strong>de</strong>signa a psicossomática como estrutura, mas, antes, como efeito <strong>de</strong><br />

linguagem, sen<strong>do</strong>, portanto, um fenômeno, o que nos permite afirmar que um sujeito<br />

neurótico, psicótico ou perverso po<strong>de</strong> apresentar lesões psicossomáticas. Segun<strong>do</strong> Soller<br />

(2010, p11), para gozar é preciso um corpo e não um sujeito. O corpo <strong>de</strong>sgarra<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

organismo, atravessa<strong>do</strong> pelas pulsões.<br />

No senso comum e no discurso especializa<strong>do</strong> <strong>da</strong> psicologia e <strong>da</strong> psiquiatria, a<br />

psicossomática é compreendi<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> um fun<strong>do</strong> emocional – termo <strong>de</strong>scritivo e genérico<br />

que revela a confusão aponta<strong>da</strong> por Freud (1915), quan<strong>do</strong> diz que o fato <strong>de</strong> não se levar em<br />

conta o inconsciente é supor que tu<strong>do</strong> que é mental é consciente. Nesses <strong>do</strong>is campos, quem<br />

tem o saber é o especialista. Satisfeito, o paciente sai com uma receita química <strong>da</strong> consulta <strong>do</strong><br />

197

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!