13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

interpretação. Somente com a formalização <strong>do</strong> <strong>de</strong>lírio que a paciente passa a acreditar nele,<br />

através <strong>da</strong> significação <strong>da</strong> significação.<br />

Na neurose, o sujeito acredita no sintoma e isso o impulsiona na direção <strong>de</strong> uma<br />

elaboração, pauta<strong>da</strong> na transferência. O significante que faz enigma seria real como o<br />

significante no real próprio à psicose, a diferença é que ele não é alucina<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser<br />

encarna<strong>do</strong>, inscrito no corpo, como nos ilustra a histeria. Esse significante é causa <strong>de</strong> gozo e<br />

objeto <strong>de</strong> gozo na medi<strong>da</strong> em que se goza <strong>de</strong>le, porém é um real que po<strong>de</strong> se converter em<br />

simbólico 42 . O tratamento <strong>do</strong> real <strong>do</strong> sintoma pelo simbólico é <strong>do</strong> que se ocupa uma<br />

psicanálise com especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s na neurose e na psicose.<br />

Na psicose e<strong>xi</strong>stiria a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> civilizar o gozo, possibilitan<strong>do</strong> que mesmo na<br />

psicose o sujeito possa fazer laço social. Um exemplo seria Joyce ao conciliar seu gozo<br />

autístico, o gozo <strong>do</strong> Um, ao gozo <strong>da</strong> letra, se impor ao mun<strong>do</strong> como artista fazen<strong>do</strong>-se<br />

promotor <strong>de</strong> seu nome <strong>de</strong> gozo. Os seus livros Retrato <strong>do</strong> artista quan<strong>do</strong> jovem ou Stephen, o<br />

herói, não se trata <strong>de</strong> um herói ou um artista, mas <strong>do</strong> herói e <strong>do</strong> artista que é uma crença <strong>da</strong><br />

mesma or<strong>de</strong>m que a crença <strong>de</strong> Schreber <strong>de</strong> ser A mulher <strong>de</strong> Deus 43 , apontan<strong>do</strong> que ele<br />

acredita nela.<br />

Na análise com neuróticos, teríamos na entra<strong>da</strong>, a crença no sintoma que o liga a<br />

ca<strong>de</strong>ia significante sob transferência e, “na saí<strong>da</strong>, a <strong>de</strong>scrença que o <strong>de</strong>sliga <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia<br />

42 Soler, C., “Les symptômes <strong>de</strong> transfert”, curso inédito <strong>de</strong> 1999.<br />

43 Soler, C., O inconsciente a céu aberto <strong>da</strong> psicose. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Zahar, 2007, p. 206.<br />

193

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!