13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

significante 35 . Ao Lacan propor o Um encarna<strong>do</strong>, ele concebe que S2 é composto pelo S1. Do<br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> S2 está o resto que permanece não <strong>de</strong>cifra<strong>do</strong>, não-significantizável, indizível, um<br />

saber fala<strong>do</strong> tal qual o Um encarna<strong>do</strong>. O S2 aponta para o que há <strong>de</strong> contingente no ouvir e<br />

põe em marcha to<strong>da</strong> a crença <strong>do</strong> sujeito no sintoma. A ponto <strong>de</strong> Lacan <strong>de</strong>clarar que “o<br />

significante Um não é significante qualquer. Ele é a or<strong>de</strong>m significante, no que ela se instaura<br />

pelo envolvimento pelo qual to<strong>da</strong> a ca<strong>de</strong>ia subsiste 36 .<br />

Para Lacan, a linguagem é feita <strong>de</strong> alíngua. A linguagem “é uma elucubrarão <strong>de</strong> saber<br />

<strong>de</strong> alíngua” 37 . Nesta época, Lacan vai apro<strong>xi</strong>mar o inconsciente <strong>de</strong> alíngua, propon<strong>do</strong> um<br />

inconsciente fora-senti<strong>do</strong>, anterior a linguagem. Segun<strong>do</strong> ele, “é porque há o inconsciente,<br />

isto é alíngua ... que o significante po<strong>de</strong> ser chama<strong>do</strong> a fazer sinal, a constituir signo” 38 , a<br />

fazer enigma, levan<strong>do</strong> ao cúmulo <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>. O senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> que o sujeito ignora, o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

que ele não sabe suscita o amor ao saber, ou seja, transferência 39 . É neste contexto que, por<br />

contingência, ou seja, pela fala <strong>do</strong> sujeito em análise, algo po<strong>de</strong> vir a se escrever (S2) e é o que<br />

faz função <strong>de</strong> real no saber, um saber sem-sujeito, um saber que ultrapassa o sujeito e aponta<br />

para algo que cessa <strong>de</strong> não se escrever: o Um <strong>do</strong> gozo, a letra <strong>de</strong> gozo. Aponta, pois, para o<br />

sintoma como o que há <strong>de</strong> mais real em ca<strong>da</strong> um e para o inconsciente real que pelo cúmulo<br />

<strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> Um encarna<strong>do</strong> que faz signo, enigma e leva o sujeito a acreditar que o sintoma<br />

possa ser traduzi<strong>do</strong>.<br />

35 I<strong>de</strong>m, p. 194.<br />

36 I<strong>de</strong>m, p. 197.<br />

37 I<strong>de</strong>m, p. 190.<br />

38 I<strong>de</strong>m, p. 195.<br />

39 Gerbase, J., “O discurso histérico”, curso O diagnóstico na psicanálise e na psiquiatria, inédito, 2010.<br />

191

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!