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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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É nesta perspectiva que em 1975, Lacan dirá que “O sintoma é real. É a única coisa<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente real, que conserva um senti<strong>do</strong> no real. É por essa razão que a psicanálise<br />

po<strong>de</strong>, se e<strong>xi</strong>ste a chance, intervir simbolicamente” 16 no real.<br />

Para tratar <strong>da</strong> afirmação segun<strong>do</strong> a qual o sintoma é real, é importante nos <strong>de</strong>termos na<br />

orientação clínica <strong>de</strong> Lacan sobre intervir simbolicamente no sintoma. Para tanto surge uma<br />

nova acepção <strong>do</strong> sintoma, o sintoma vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> real, o sintoma como “acontecimento <strong>de</strong> corpo,<br />

que correspon<strong>de</strong> ao saber fala<strong>do</strong>, ao saber fala<strong>do</strong> fixa<strong>do</strong> precocemente” 17 . O sintoma como<br />

encarnação <strong>do</strong> real comporta uma incerteza por, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre, permanecer “in<strong>de</strong>ciso entre o<br />

fonema, a palavra, a frase, mesmo to<strong>do</strong> pensamento” 18 . Isto porque “a linguagem, <strong>de</strong> começo,<br />

ela não e<strong>xi</strong>ste”. A linguagem é o que se tenta saber concernentemente à função <strong>de</strong> alíngua” 19 .<br />

Desse mo<strong>do</strong>, o sintoma tem um lugar privilegia<strong>do</strong> entre as formações <strong>do</strong> inconsciente sen<strong>do</strong><br />

imprescindível para que uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> análise possa ocorrer.<br />

Numa conferência <strong>de</strong> Lacan na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Yale, o tratamento <strong>da</strong><strong>do</strong> ao sintoma e<br />

ao saber é evoca<strong>do</strong> no percurso <strong>de</strong> uma análise. Nesta conferência, o início <strong>do</strong> tratamento é<br />

<strong>de</strong>scrito como o analista <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> “<strong>de</strong>ixasse guiar pelos termos verbais” 20 . A expressão<br />

“termos verbais” propomos apro<strong>xi</strong>mar <strong>do</strong> significante fora <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia, fora senti<strong>do</strong>, como um<br />

16<br />

Lacan, J., O Seminário – Livro 14. L’insu-­‐que-­‐sait <strong>de</strong> l’ une bévue s’aile a mourre. Lição <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

1977, inédito.<br />

17<br />

Soler, C., “De que mo<strong>do</strong> o real coman<strong>da</strong> a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>” in Stylus, nº 19. Rio <strong>de</strong> Janeiro: AFCL/EPCL, 2009, p, 23.<br />

18<br />

Lacan, J., O Seminário – Livro 20. RJ: Zahar, p. 196.<br />

19<br />

Lacan, J., O Seminário – Livro 20. RJ: Zahar, p. 189.<br />

20<br />

Lacan, J., “Conférénces et entretiens <strong>da</strong>ns <strong>de</strong>s universitaires nord-­‐américaines”.In: Scilicet nº 6/7. Paris: Seuil,<br />

1976, p. 17.<br />

187

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