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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Os usos <strong>do</strong> corpo e a política <strong>do</strong> sintoma: o caso <strong>da</strong> transformação<br />

corporal<br />

Andréa Franco Milagres 1<br />

Por ocasião <strong>da</strong> IV Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Trabalhos <strong>do</strong> Fórum-­‐BH, <strong>de</strong>frontei-­‐me com algumas<br />

questões a respeito <strong>do</strong>s termos com os quais fizemos nosso convite. Demarcamos uma<br />

hipótese <strong>de</strong> trabalho: há uma política <strong>do</strong> sintoma e no bojo <strong>de</strong>sta, o sujeito faz suas<br />

escolhas. Sabemos que a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> sintoma não traz, em princípio univoci<strong>da</strong><strong>de</strong> e,<br />

po<strong>de</strong>mos, tanto em Freud como em Lacan tomá-­‐lo em mais <strong>de</strong> uma vertente, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com o momento <strong>da</strong> elaboração <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um. Numa perspectiva freudiana, é possível<br />

primeiramente <strong>de</strong>finir o sintoma como aquilo que nos permite algum acesso à satisfação<br />

proibi<strong>da</strong> -­‐ uma solução <strong>de</strong> compromisso. Neste caso, o sintoma seria uma metáfora. É<br />

uma <strong>de</strong>finição clássica em psicanálise, a tal ponto que se po<strong>de</strong> falar <strong>de</strong> uma vulgata <strong>do</strong><br />

sintoma: até mesmo o leigo, na banali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana, usa o termo sintoma como<br />

aquilo que há <strong>de</strong> mais íntimo e que o faz sofrer. To<strong>da</strong>via, constata o leigo, estranho<br />

mesmo é que não possa aban<strong>do</strong>ná-­‐lo, não possa <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> repeti-­‐lo. Não há, portanto,<br />

neurótico que não experimente isso... O que nos permitiria então supor que não só há<br />

uma política <strong>do</strong> sintoma, como esta política é conciliatória. Concilia o impossível <strong>da</strong><br />

satisfação com alguma satisfação possível. Aqui po<strong>de</strong>ríamos dizer que há uma política <strong>do</strong><br />

sintoma, mas também que o sintoma é político.<br />

1 Psicanalista, Membro <strong>do</strong> Fórum-­‐BH, Mestre em Psicologia pela UFMG, Professora <strong>da</strong> PUC Minas,<br />

coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Especialização em Clínica Psicanalítica nas Instituições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> PUC Betim.<br />

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