13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

seu senti<strong>do</strong> é a partir <strong>da</strong> lalangue que opera o ato psicanalítico. Lalangue é resto, é letra<br />

pura, é sem senti<strong>do</strong> com fixação <strong>de</strong> gozo. Quan<strong>do</strong> Lacan fala <strong>de</strong> interpretação está <strong>de</strong> fato<br />

pontuan<strong>do</strong> o limite <strong>do</strong> sujeito em relação ao seu saber. O saber se interpreta, não se<br />

chega a ele através <strong>da</strong> letra. A letra obstrui o saber e impe<strong>de</strong> a sua apreensão. São seus<br />

efeitos que operam na psicanálise.<br />

Em A Terceira 3 (1974), Lacan parte <strong>da</strong> lalangue para introduzir o gozo <strong>do</strong><br />

sintoma. Citan<strong>do</strong> Descartes e seu discurso <strong>do</strong> mestre com o ‘penso logo sou’, ele brinca<br />

com o significante e o transforma em “gossou”. E diz: esse é o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> sujeito <strong>da</strong><br />

psicanálise.<br />

Ao usar o nó borromeu como representação esquemática <strong>do</strong> eno<strong>da</strong>mento entre o<br />

real, simbólico e o imaginário, Lacan parte <strong>do</strong> neologismo gossou para ilustrar essa<br />

topologia. On<strong>de</strong> o real é o impossível, é a pedra no caminho, o que não po<strong>de</strong> ser<br />

representa<strong>do</strong>. Ao campo <strong>do</strong> imaginário pertence to<strong>do</strong> o conhecimento. O mun<strong>do</strong> <strong>da</strong>s<br />

representações apenas alimenta a ciência e tenta <strong>da</strong>r conta <strong>do</strong> real, que sempre estará<br />

alhures, impossível <strong>de</strong> ser representa<strong>do</strong>. E o simbólico, como a tentativa <strong>de</strong> fazer laço<br />

social, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> o mal-­‐estar <strong>do</strong> sintoma que se serve <strong>do</strong> significante e seu objeto a,<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> os restos não exprimíveis <strong>do</strong> real.<br />

A psicanálise surgiu <strong>de</strong>sse mal-­‐estar, e como tal é um sintoma. As histéricas <strong>de</strong><br />

Freud com seu inconsciente que não entrava em acor<strong>do</strong> com as e<strong>xi</strong>gências <strong>da</strong> civilização<br />

colocaram a psicanálise como o caminho para <strong>da</strong>r conta <strong>de</strong>ste sintoma. Mas havia um<br />

resto pulsional que o sintoma não dissipava, ao contrário, carregava como se fosse<br />

163

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!