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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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substitui o trauma, ela é real e vem ocupar o lugar <strong>do</strong> impossível <strong>de</strong> ser representa<strong>do</strong> 16 . Sen<strong>do</strong><br />

o sintoma uma resposta <strong>do</strong> sujeito frente ao real que é traumático, a fantasia, ao substituir o<br />

trauma, torna-se, juntamente com o sintoma, um recurso <strong>do</strong> sujeito frente ao real. Entretanto,<br />

o conceito <strong>de</strong> trauma <strong>de</strong>ve ser toma<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is momentos distintos <strong>do</strong> ensino <strong>de</strong> Lacan. A<br />

princípio o traumático dizia respeito à falta no Outro, ou seja, ao significante <strong>da</strong> falta no<br />

Outro, S(Ⱥ), justamente ali on<strong>de</strong> o sujeito se confrontava com o <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> Outro. Diante <strong>da</strong><br />

falta no Outro, é na condição <strong>de</strong> objeto que o sujeito é <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> e convoca<strong>do</strong> a tamponar.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o traumático seria a falta no Outro. A partir <strong>do</strong> <strong>encontro</strong> com o <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong><br />

Outro, com o “Che Vuoi?", o sujeito respon<strong>de</strong> com a fantasia, ali on<strong>de</strong> ele se experimenta<br />

como objeto. A fantasia como um recurso <strong>do</strong> sujeito para proteger-se <strong>da</strong> difícil condição <strong>de</strong><br />

objeto que representa no <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> Outro e <strong>da</strong> traumática constatação <strong>da</strong> falta no Outro. No<br />

segun<strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> seu ensino, como já foi menciona<strong>do</strong>, Lacan não separou o significante <strong>do</strong><br />

gozo, para ele, significante é gozo e, segun<strong>do</strong> Gerbase 17 , o traumático agora aponta para duas<br />

vertentes: a alíngua traumática e o trauma <strong>do</strong> sexo. O traumático <strong>de</strong> alíngua é ter acesso ao<br />

significante antes <strong>de</strong> se ter acesso ao senti<strong>do</strong>, geran<strong>do</strong> mal-entendi<strong>do</strong>s. A alíngua é real porque<br />

exclui o senti<strong>do</strong>, e é exatamente a anteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> lógica <strong>de</strong> alíngua que possibilita o trauma.<br />

Quanto ao trauma <strong>do</strong> sexo, por não haver na linguagem um significante que nomeie o Outro<br />

gozo, um <strong>do</strong>s gozos não po<strong>de</strong> ser escrito no inconsciente, impossibilitan<strong>do</strong> a relação sexual.<br />

Não há relação sexual visto que não é possível estabelecer uma relação biunívoca entre o<br />

16 Gerbase, J. (1987). Fantasia ou fantasma. Falo 1 , p. 50.<br />

17 GERBASE, J. Curso: Être humain, Associação Científica Campo Psicanalítico <strong>de</strong> Salva<strong>do</strong>r, 2010.<br />

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