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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Sintoma e Fantasia Fun<strong>da</strong>mental<br />

Soraya Carvalho 1<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>da</strong> concepção que o conceito <strong>de</strong> fantasia está subsumi<strong>do</strong> ao conceito <strong>de</strong><br />

sintoma, este trabalho preten<strong>de</strong> esclarecer a relação entre esses conceitos em momentos<br />

distintos <strong>do</strong> pensamento psicanalítico: inicialmente, a partir <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> inconsciente<br />

estrutura<strong>do</strong> como uma linguagem, produzin<strong>do</strong> o sintoma na sua dimensão simbólica, e,<br />

posteriormente, <strong>do</strong> inconsciente na sua dimensão real, constituí<strong>do</strong> pelos significantes <strong>de</strong><br />

alíngua, produzin<strong>do</strong> o sintoma na sua dimensão real, o sintoma fun<strong>da</strong>mental.<br />

A clínica com histéricas levou Freud a consi<strong>de</strong>rar a e<strong>xi</strong>stência <strong>de</strong> fantasias<br />

inconscientes na vi<strong>da</strong> psíquica, bem como sua importância na formação <strong>do</strong>s sintomas,<br />

concluin<strong>do</strong> ser a fantasia a precursora <strong>do</strong>s sintomas histéricos.<br />

Lacan, por sua vez, em A lógica <strong>da</strong> fantasia 2 , <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> fantasia fun<strong>da</strong>mental a<br />

fantasia inconsciente, propon<strong>do</strong>-lhe a fórmula ($ ◊ a), on<strong>de</strong> reuniu <strong>do</strong>is elementos<br />

heterogêneos, um sujeito e um objeto, o objeto causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, que no Encore 3 foi<br />

diversifica<strong>do</strong> em quatro: objeto seio, objeto fezes, objeto olhar e objeto voz. Para ele, a<br />

fantasia fun<strong>da</strong>mental é um a<strong>xi</strong>oma, uma significação absoluta, um resto aparta<strong>do</strong> <strong>do</strong> sistema.<br />

Esse resto é o caráter real <strong>da</strong> fantasia, que Lacan reduziu a uma frase simbólica. E, se para<br />

Lacan a fantasia é o suporte <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo 4 , e o <strong>de</strong>sejo a essência <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, é possível afirmar<br />

1 Membro <strong>da</strong> <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicanálise</strong> <strong>do</strong>s Fóruns <strong>do</strong> Campo Lacaniano<br />

2 LACAN, J. Seminário, livro 14: a lógica <strong>da</strong> fantasia [1966/67] Inédito<br />

3 LACAN, J. Seminário, livro 20: mais, ain<strong>da</strong>.[1972-­‐73]. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar, 1982, p. 171.<br />

4 Id, ibid. [1966/67].<br />

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