13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Retornan<strong>do</strong> à função <strong>do</strong> sinthome na estrutura <strong>do</strong> sujeito, parto <strong>da</strong> seguinte questão: o<br />

sinthoma enquanto quarto elo na ca<strong>de</strong>ia borromeana, é próprio à estrutura neurótica? Se a<br />

resposta é afirmativa, como po<strong>de</strong>ria Lacan, pensá-lo em relação à Joyce?<br />

Lacan não diz que Joyce era psicótico. Diz, para usar suas palavras, que Joyce tinha<br />

“o pau um pouco mole”, e por isso precisou <strong>de</strong> sua arte para manter sua firmeza fálica. Sua<br />

arte, para Lacan, é o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro fia<strong>do</strong>r <strong>de</strong> seu falo, pois sem ela ele continuaria a ser um<br />

pobre diabo e não o herói que toma corpo em Stephen Hero, <strong>do</strong> “Retrato...” Sua arte - seu<br />

sinthome – fez funçao <strong>de</strong> S¹ que, ao <strong>da</strong>r força a seu ego, estabiliza sua estrutura ao torna-se o<br />

pai que nomeia. E é claro, observa Lacan, que a arte <strong>de</strong> Joyce é alguma coisa <strong>de</strong> tão particular<br />

que o termo sinthoma é <strong>de</strong> fato o que lhe convém, que enquanto suplência <strong>da</strong> carência <strong>do</strong><br />

nome <strong>do</strong> pai, dá à estrutura <strong>de</strong> Joyce um”ar” <strong>de</strong> neurose.<br />

Na primeira aula <strong>do</strong> seminário sobre Joyce, Lacan afirma ser o complexo <strong>de</strong> Édipo<br />

como tal, um sintoma. É na medi<strong>da</strong> em que o Nome-<strong>do</strong>-Pai é também o Pai <strong>do</strong> Nome, que<br />

tu<strong>do</strong> se sustenta, o que não torna o sintoma menos necessário”.<br />

A fórmula <strong>da</strong> metáfora paterna no primeiro tempo <strong>de</strong> seu ensino nos trás o Nome <strong>do</strong><br />

pai operan<strong>do</strong> como “S²”, em substituição ao <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong> mãe; agora ele surge como S1,<br />

significante mestre que tem função <strong>de</strong> nomeação enquanto ato.<br />

Concluin<strong>do</strong>, retorno ao inicio, para me reportar à relação circular entre lalangue,<br />

sintoma e sinthoma, e assim, afirmar que lalangue está lá <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio, sen<strong>do</strong> ela a condição<br />

<strong>da</strong> linguagem, e como observa Lacan “o equivoco toma conta <strong>de</strong> nossa lalangue, e o que ela<br />

tem <strong>de</strong> mais picante é o que posso escrever como “mais isso não”. Se diz tu<strong>do</strong>, mas isso não.<br />

150

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!