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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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sujeito. Em lugar <strong>de</strong> modificar o mun<strong>do</strong> externo para a satisfação, a modificação se dá no<br />

próprio corpo <strong>do</strong> sujeito.<br />

Freud (1896, p. 185) constatou que, em qualquer caso e em qualquer sintoma, chega-<br />

se infalivelmente ao campo <strong>do</strong> gozo sexual. Embora a presença <strong>da</strong> significação <strong>da</strong> sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na etiologia <strong>da</strong>s neuroses, como substituto sexual, já tivesse chama<strong>do</strong> a atenção <strong>de</strong> Freud<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras observações clínicas, naquela ocasião, como ele mesmo disse, ele não<br />

tinha ain<strong>da</strong> aprendi<strong>do</strong> a reconhecê-la como seu <strong>de</strong>stino inexorável, como impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

relação sexual.<br />

Esse não saber que se revela no sintoma, e em outras formações <strong>do</strong> inconsciente,<br />

conduziu Freud a elaborar a hipótese sobre o inconsciente, que Lacan, em seu retorno a Freud,<br />

enunciou como estrutura<strong>do</strong> como uma linguagem. Com a linguagem, como diz Lispector<br />

(1999, p. 176): Eu tenho à medi<strong>da</strong> que <strong>de</strong>signo – e este é o esplen<strong>do</strong>r <strong>de</strong> se ter uma<br />

linguagem. Mas eu tenho muito mais à medi<strong>da</strong> que não consigo <strong>de</strong>signar. A linguagem é a<br />

matéria-prima, o real é o lugar on<strong>de</strong> vou buscá-la – e como não acho. Posteriormente, Lacan<br />

acrescenta que o inconsciente é estrutura<strong>do</strong> como uma linguagem nos efeitos <strong>de</strong> alíngua, que<br />

já estão lá como saber, vão bem além <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> que o ser que fala é suscetível <strong>de</strong> enunciar<br />

(Lacan, 1972-1973 p.190).<br />

O sintoma é um evento no corpo (Lacan, 1976, p. 565). Para Lacan, há o corpo<br />

imaginário, o corpo que encontra uni<strong>da</strong><strong>de</strong> com a antecipação <strong>da</strong> imagem corporal, quan<strong>do</strong> a<br />

criança, captura<strong>da</strong> pelo engo<strong>do</strong> especular, fabrica fantasias, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma imagem<br />

<strong>de</strong>spe<strong>da</strong>ça<strong>da</strong> <strong>do</strong> corpo até a forma <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste. Mas é a linguagem que conce<strong>de</strong> ao ser<br />

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