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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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aon<strong>de</strong> começava sua tatuagem e, tampouco, aon<strong>de</strong> terminava sua psoríase. As marcas foram<br />

se misturan<strong>do</strong> umas às outras ate produzirem uma fusão indiferencia<strong>da</strong>.<br />

Ana Costa em seu livro Marcas Corporais e tatuagens (2003) recorta <strong>do</strong>s textos <strong>de</strong> Lacan<br />

duas passagens em que o ato <strong>de</strong> tatuar é questiona<strong>do</strong>. O primeiro <strong>de</strong>les, e dizemos, não é uma<br />

or<strong>de</strong>m cronológica, surge em Subversão <strong>do</strong> Sujeito e dialética <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> 1966. Ali Lacan<br />

apresenta uma metáfora <strong>de</strong> um escravo que porta uma mensagem tatua<strong>da</strong> em seu couro<br />

cabelu<strong>do</strong>. Sem que soubesse <strong>da</strong> tatuagem, tampouco <strong>do</strong> seu conteú<strong>do</strong> ele transporta a<br />

mensagem que po<strong>de</strong>ria ser sua própria con<strong>de</strong>nação a morte. O comentário <strong>de</strong> Lacan ao<br />

<strong>de</strong>bruçar-se sobre esta passagem diz respeito ao elo <strong>da</strong> pulsão com a tatuagem, <strong>de</strong>ste tanto,<br />

enfatiza o corpo como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> traços invisíveis e incompreensíveis que po<strong>de</strong>m ser<br />

materializa<strong>do</strong>s e en<strong>de</strong>reçam a uma leitura. Neste senti<strong>do</strong>, estamos diante <strong>de</strong> uma contradição<br />

em relação aos fenômenos psicossomáticos segun<strong>do</strong> o que Lacan nos apresenta na cita<strong>da</strong><br />

Conferência. Estes fenômenos são <strong>da</strong><strong>do</strong>s a “não-ler”. Po<strong>de</strong>-se então levantar uma idéia <strong>de</strong> que<br />

a tatuagem pe<strong>de</strong> um olhar, uma <strong>de</strong>cifração, ou seja, a busca <strong>de</strong> um lugar no amor <strong>do</strong> outro,<br />

pela procura <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cifração <strong>de</strong> traços corporais. Estaria a tatuagem <strong>de</strong> Leonar<strong>do</strong><br />

convocan<strong>do</strong> um senti<strong>do</strong>?<br />

Uma outra citação <strong>de</strong> Lacan, encontra<strong>da</strong> em Os quatro conceitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong><br />

psicanálise (1964) atrela a tatuagem a uma função erótica. Po<strong>de</strong>ria, <strong>de</strong>ste feito, ser li<strong>da</strong> como<br />

uma encarnação <strong>do</strong> órgão, diferente <strong>do</strong>s cortes e cicatrizes que apontariam para um<br />

masoquismo erógeno. Se tomarmos a tatuagem nesta vertente <strong>de</strong> encarnação, sua impressão<br />

seria a <strong>do</strong> traço unário. E continuan<strong>do</strong> através <strong>de</strong>sta lógica, Lacan comunga, no mesmo<br />

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