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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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3) “Certamente, o capitalista industrial também goza”. Frase um pouco estranha.<br />

Como assim: “também”? Só posso enten<strong>de</strong>r essa frase quan<strong>do</strong> eu enten<strong>de</strong>r que o<br />

próprio gozo é esse capital que já estava lá apesar <strong>de</strong> vela<strong>do</strong> pelas “quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

aparentemente humanas”.<br />

4) Não é porque no capitalismo industrial há uma diminuição <strong>do</strong> interesse no<br />

dinheiro que esse capitalista estaria retornan<strong>do</strong> para “a simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>” que, aliás, <strong>de</strong> natural não tem na<strong>da</strong>, observa Marx <strong>de</strong> quebra.<br />

5) “mas seu gozo é somente um assunto lateral – recreação – submeti<strong>do</strong> à<br />

produção; ao mesmo tempo, é calcula<strong>do</strong> e, por isso, ele próprio, um gozo<br />

econômico. Pois ele o <strong>de</strong>bita <strong>da</strong> conta <strong>da</strong>s <strong>de</strong>spesas, e o que for <strong>de</strong>sperdiça<strong>do</strong><br />

para seu gozo não po<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r o que será substituí<strong>do</strong> com o lucro <strong>da</strong><br />

reprodução <strong>do</strong> capital. Por isso, o gozo é subsumi<strong>do</strong> ao capital [...]”. A economia<br />

<strong>de</strong> gozo, no argumento <strong>de</strong> Marx, se mostra aqui mais uma vez como capital pois<br />

é ele mesmo calcula<strong>do</strong>, como o é o capital que já não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sperdiça<strong>do</strong>. Por<br />

outro la<strong>do</strong>, o mecanismo obsessivo aqui <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>: tanto gozo para tanta<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição com o lucro <strong>da</strong> reprodução <strong>do</strong> capital, <strong>de</strong>nuncia o<br />

quanto esse homem, anula seu <strong>de</strong>sejo.<br />

6) Novo mal-­‐estar na civilização: em mal <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> qual o sujeito já<br />

não po<strong>de</strong> usufruir, gozar, “o indivíduo que goza é subsumi<strong>do</strong> ao indivíduo que<br />

acumula capital. Antes, a situação era o contrário” [o indivíduo que acumulava<br />

capital o fazia para gozar com ele, provocan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sperdício <strong>da</strong> riqueza],<br />

pagan<strong>do</strong> o preço para <strong>de</strong>sejar.<br />

7) E então, o grand finale <strong>de</strong> Marx: ao contrário <strong>do</strong> que previa Proudhon, “A<br />

diminuição <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> juros” (que Proudhon via como uma diminuição <strong>do</strong><br />

interesse <strong>do</strong> dinheiro) serve a provocar maior capital <strong>de</strong> giro e “é, portanto, um<br />

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