13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ora, sabemos que o sujeito aparece quan<strong>do</strong> há uma questão e o sintoma quan<strong>do</strong> há<br />

uma solução. Embora falsa essa solução, aparece como uma resposta à angústia <strong>de</strong> castração.<br />

A perversão <strong>de</strong>smente sua falta-a-ser, elegen<strong>do</strong> o fetiche como objeto fun<strong>da</strong>mental<br />

com o qual tampona a castração feminina. Julien salienta que “[...] o fetiche é, portanto, uma<br />

<strong>de</strong>fesa contra a angústia <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong> mãe, é bem por isso que ele tem a mesma função que a<br />

fobia: colocar uma proteção em posto avança<strong>do</strong> diante <strong>do</strong> perigo <strong>de</strong> ser engoli<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>sejo<br />

insaciável <strong>do</strong> Outro.” (JULIEN, p.109)<br />

Torna-se, assim, necessário pensar a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, a entra<strong>da</strong> e final <strong>de</strong> análise a partir <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>smenti<strong>do</strong> (verleugnung) <strong>da</strong> castração, levan<strong>do</strong> em conta que precisamos instaurar o sujeito<br />

e não a partir <strong>do</strong> recalque, como ocorre na neurose. Os perversos que chegam à análise se<br />

queixam que há uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> colocar limite ao próprio gozo, revelan<strong>do</strong> que há uma<br />

conjunção entre a fantasia e o sintoma.<br />

Segun<strong>do</strong> Lacan, “Há neles uma subversão <strong>da</strong> conduta apoia<strong>da</strong> num saber-fazer, o qual<br />

está liga<strong>do</strong> a um saber, ao saber sobre a natureza <strong>da</strong>s coisas, há uma embreagem direta <strong>da</strong><br />

conduta sexual sobre o que é sua ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, isto é, sua almorali<strong>da</strong><strong>de</strong>.” (Sem.20, p.117)<br />

Além disso, nesta estrutura há uma coincidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo e gozo e a tentativa <strong>de</strong> fazer<br />

e<strong>xi</strong>stir a relação sexual. O fetiche, que é a prova clínica <strong>da</strong> estrutura equivale ao sintoma na<br />

neurose.<br />

A este respeito, Jacques Lacan e Wladimir Granoff, no texto Fetichismo: o simbólico,<br />

o imaginário e o real afirmam que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1927, Freud, “[...] introduzia-nos no estu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

fetiche indican<strong>do</strong> que ele <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>cifra<strong>do</strong>. Decifra<strong>do</strong> como um sintoma ou uma<br />

mensagem. Ele nos diz mesmo em que linguagem o fetiche <strong>de</strong>ve ser traduzi<strong>do</strong> “Des<strong>de</strong> o<br />

113

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!