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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Outro aspecto que vale a pena ressaltar é que uma forma possível <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo perverso é<br />

a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> gozo, que é uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidi<strong>da</strong> <strong>de</strong> gozar realizan<strong>do</strong> sua fantasia. E, que a<br />

per<strong>da</strong> que precisa ser opera<strong>da</strong> no sintoma é a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> gozo.<br />

Contu<strong>do</strong>, salientamos que o <strong>de</strong>sejo perverso não é uma pergunta, mas sim uma<br />

resposta, pois o perverso sabe o que quer e isso se <strong>de</strong>ve a sua petulância perversa, que o faz<br />

convenci<strong>do</strong> <strong>de</strong> saber a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> escondi<strong>da</strong>. Para esse sujeito não há falta, pois o fetiche<br />

sustenta seu <strong>de</strong>sejo.<br />

A perversão se utiliza <strong>de</strong> diversas estratégias para negar a falta no Outro, tais como: o<br />

masoquismo que tem a intenção <strong>de</strong> angustiar o outro, o sadismo que quer produzir a divisão<br />

<strong>do</strong> outro, o e<strong>xi</strong>bicionista que quer mostrar e assustar; o voyer que quer ver surgir o olhar <strong>do</strong><br />

outro. São alguns estilos <strong>de</strong> negar a falta. O que nos faz <strong>de</strong>duzir que há um lugar que o sujeito<br />

ocupa em relação ao <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> Outro, e que há um la<strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo e um la<strong>do</strong> gozo. A tipologia é<br />

uma diferenciação nessa trilha entre <strong>de</strong>sejo e gozo. O sujeito vai crian<strong>do</strong> cenas. Assim o<br />

analista ao fazer a distinção tipológica tem acesso a uma ferramenta fun<strong>da</strong>mental para a<br />

direção <strong>do</strong> tratamento, que vai ajudá-lo nas intervenções on<strong>de</strong> está a fantasia.<br />

Lacan nos adverte que “a fantasia perversa, tem uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos agora<br />

<strong>de</strong>stacar.“ [...] há aí uma redução simbólica, que eliminou progressivamente to<strong>da</strong> estrutura<br />

subjetiva <strong>da</strong> situação para <strong>de</strong>ixar subsistir apenas um resíduo, inteiramente <strong>de</strong>ssubjetiva<strong>do</strong> e,<br />

afinal <strong>de</strong> contas enigmático, porque guar<strong>da</strong> a carga - mas a carga não revela<strong>da</strong>, inconstituí<strong>da</strong>,<br />

não assumi<strong>da</strong> pelo sujeito <strong>da</strong>quilo que é no nível <strong>do</strong> Outro a estrutura na qual ele está<br />

engaja<strong>do</strong> até o mais íntimo <strong>de</strong> si.” ( Sem. 4, p.120 ).<br />

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