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MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

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escolas. De uma forma geral, quando esses trabalhos não são realizados por<br />

professores da escola, os adolescentes não sabem quem está realizando a palestra.<br />

Quanto à informação, ela de fato existe, no entanto, parece dissociada da<br />

realidade do adolescente e, por isso, repetida como uma receita de comportamento<br />

correto, não o alterando. Os adolescentes descrevem o que é certo ou errado, por<br />

vezes de forma equivocada, mas do jeito que a informação é compreendida.<br />

É com base na informação recebida que passam a construir internamente a<br />

representação da doença, ou melhor, o significado para cada um. No entanto, é<br />

fundamentando-se nessa compreensão e nas suas formas de contaminação, que se<br />

percebem vulneráveis ou não, ponto central em um trabalho de prevenção.<br />

Assim, torna-se necessário proporcionar aos adolescentes um espaço onde<br />

o conhecimento seja construído segundo sua realidade, seu contexto de vida e sua<br />

forma de viver para que essa prevenção surja pela percepção de sua<br />

vulnerabilidade.<br />

Ao desvelar o reconhecimento dos adolescentes com relação à sua<br />

vulnerabilidade ou aos aspectos que os tornam mais expostos, constatamos<br />

diferentes nuances nesse ponto.<br />

É importante destacar que, quando trabalhamos a vulnerabilidade de cada<br />

um, ocorre a associação de informações com o comportamento, ou melhor, do saber<br />

e do fazer, o que se mostraram, no presente estudo, dissociados um do outro. A<br />

título de exemplo, ouvimos inúmeras vezes declarações, tais como “Eu sei que o<br />

preservativo é necessário para a prevenção, no entanto nem sempre uso por que...”<br />

Portanto, aos adolescentes, o uso do preservativo é reconhecidamente a<br />

melhor forma de prevenção de doenças, mas isso não suficiente para sua utilização,<br />

pois está vinculado a outros fatores, tais quais: a questão de gênero, o conhecer, os<br />

comportamentos característicos de adolescentes, a prevenção de doenças e<br />

gestação.<br />

A questão de gênero assume uma posição importante: nas mulheres,<br />

aparece uma dificuldade de negociar o seu uso, ficando este a critério dos homens;<br />

nos homens, o medo de não saber usar o método parece colocar em xeque a sua<br />

virilidade: “é melhor sem do que fracassar”.<br />

O conhecer o parceiro é outro fator responsável por dispensar o uso de<br />

preservativos. Como dizem, “quando é namoro sério”, seu uso não se faz<br />

necessário. Por vezes, nem é preciso se tratar de namoro, vale somente o fato de<br />

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