MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...
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À medida que se têm expectativas em relação ao comportamento sexual dos<br />
adolescentes e os trabalhos de prevenção das doenças passam a nortear as ações<br />
de saúde, mudam as apreciações sobre a gestação na adolescência, pois a<br />
gestação anda de mãos dadas com a falta de prevenção.<br />
No que concerne à gravidez na adolescência, atualmente no Brasil<br />
e nos países em desenvolvimento, ela é considerada um risco social e um<br />
grave problema de saúde pública, devido, principalmente, a sua magnitude<br />
e amplitude, como também, aos problemas que dela derivam. Dentre este<br />
se destacam: o abandono escolar, o risco durante a gravidez, este derivado<br />
muitas vezes pela não realização de um pré-natal de qualidade, pelo fato de<br />
a adolescente esconder a gravidez ou os serviços de saúde não estarem<br />
qualificados para tal assistência. (XIMENES NETO et al, 2007, p.5 ).<br />
Ximenes Neto et al (2007) afirmam que só reduziremos o número de<br />
gestações em adolescentes recorrendo a políticas públicas eficientes e promotoras<br />
da cidadania, pois somente dessa forma teremos adolescentes e adultos felizes,<br />
saudáveis e com autonomia para decidir sobre sua vida.<br />
A visão preventivista no âmbito da gravidez na adolescência pressupõe a<br />
necessidade de incorporar à dimensão biológica, as dimensões sociais e<br />
comportamentais. Assim, os trabalhos nesse campo devem estabelecer associações<br />
entre as características das pessoas, do seu ambiente social, e os comportamentos<br />
sexuais que aumentam o risco de engravidar (LIMA et al, 2004).<br />
Enfatizamos que reconhecer o contexto sociocultural onde vive esse<br />
adolescente e o significado de uma gestação são fundamentais para trabalhar a sua<br />
vulnerabilidade, ou, no caso, a redução de gestações em adolescentes.<br />
As condições materiais da existência e os significados e<br />
expectativas que cercam a gravidez, torna-a, para umas adolescentes, parte<br />
do projeto de vida, constituindo-se, para outras, em um evento não<br />
planejado, em uma surpresa desagradável que gera temores e conflitos ou<br />
acentua os já existentes (LIMA et al, 2004, p.5).<br />
Vejamos alguns dados colhidos do SINASC – Sistema de Informação de<br />
Nascidos Vivos –, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde, para ilustrar a<br />
dimensão da questão apresentada em relação a gestação na adolescência.<br />
De acordo com o Painel de Indicadores do SUS – Sistema Único de<br />
Saúde(2005) –, as gestações na adolescência responderam por 22% dos partos<br />
ocorridos no Brasil em 2003. Em Pelotas, nesse mesmo ano, dos 4411 partos<br />
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