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MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

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percorrido caso a informação lhe provoque sentido no momento, caso não se<br />

apresente como um “receituário” a mudanças aparentemente distantes de sua<br />

realidade.<br />

Matheus (2003) observa que os adolescentes são céticos em relação às<br />

possibilidades de mudança do mundo onde vivem e a falta de perspectiva ou visão<br />

mais otimista do mundo deixa-se entrever pelo aparente desinteresse: “Para que<br />

mudar?”<br />

O caminho a uma mudança efetiva, segundo Jeolás e Ferrari (2003), reside<br />

no trabalho contínuo, em grupos compartilhados à discussão, propícios para se falar<br />

de assuntos dificilmente tratados em outros lugares. Nesses espaços de discussão,<br />

proporcionam uma reflexão acerca das relações sociais em que estão inseridos,<br />

sobretudo no tocante à sexualidade, visto possibilitarem uma maior autonomia,<br />

necessária para torná-los sujeitos de sua própria sexualidade.<br />

Esses pequenos espaços, convencionalmente chamados de oficinas –<br />

workshops – têm sua origem nas comunidades gays, organizadas em São Francisco<br />

e Nova Iorque, as quais idealizaram as primeiras oficinas de sexo seguro, e,<br />

reconhecem sua inspiração em Paulo Freire, pedagogo criador da educação como<br />

prática de liberdade. Tal princípio até hoje aparece em diversas partes do mundo,<br />

ligado a movimentos sociais contra a pobreza e exclusão social. Nessa perspectiva,<br />

os espaços de educação, ou seja, as oficinas, têm relevância quando a linguagem<br />

popular e os temas da vida dos participantes são valorizados (PAIVA, 2002).<br />

Mediante o exposto, enfatizamos uma vez mais que essa educação à qual<br />

nos reportamos não deve ser trabalhada como domesticação, porém, entendida<br />

como uma oportunidade de questionamento, com o intuito de cada um sentir-se<br />

capaz de se entender como sujeito, exercer uma visão crítica e uma práxis<br />

transformadora sobre a sua sexualidade, reconhecendo a si mesmo e aos outros,<br />

assim como as diferentes formas de exercício da sexualidade (JEOLÁS e FERRARI,<br />

2003).<br />

Portanto, nesse espaço para trocas de crenças e valores, será possível ao<br />

adolescente realizar uma auto-reflexão, oportunizando-lhe, assim, romper com a<br />

alienação produzida pelo mundo onde vive, perpassando a sua condição individual.<br />

Talvez, então, além de buscar a autonomia como sujeito de sua sexualidade, esteja<br />

caminhando à construção da cidadania. Logo, a informação passa a lhe conferir<br />

outro significado, pois essa mudança de postura e mentalidade consiste em “pensar<br />

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