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MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

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Na literatura e nos programas desenvolvidos à prevenção de DSTs/AIDS,<br />

um ponto fundamental a ser atingido é a mudança de comportamento, no entanto,<br />

para Jeolás e Ferrari (2003, p.4)<br />

A mudança de comportamento é fruto de um processo complexo,<br />

ideológico, psíquico e afetivo que se realiza a médio e a longo prazo,<br />

demandando, portanto, uma continuidade de ações e projetos do próprio<br />

serviço de saúde, da escola e da comunidade, além de sofrer os efeitos das<br />

informações difundidas pelos meios de comunicação (JEOLÁS; FERRARI,<br />

2003, p.4).<br />

Nas respostas dos adolescentes, é visível a falta de continuidade, como se<br />

algo tivesse ficado perdido no tempo ou não se enquadrasse no momento de vida<br />

deles. Então, como esperar “mudanças de comportamentos?”<br />

É por questionamentos como esses que devemos lembrar ser o processo<br />

emancipatório sempre mais difícil, dependente da paciência e do tempo, pois é<br />

impossível consumir mudanças “prontas”. O que pode ser aparentemente<br />

interessante ao consumo não transforma a nossa vida como num passe de mágica.<br />

Só mudamos se ancorados numa realidade viva, aquela onde vivemos, e não numa<br />

outra realidade, apresentada como cenário de produtos prontos ao consumo<br />

(PAIVA, 2002).<br />

Esse processo, buscando a emancipação psicossocial e<br />

cidadania, tem sido fundamental para garantir acesso sustentado a bens e<br />

serviços, garantir respeito a direitos e à ética e, ao mesmo tempo, alimentar<br />

a constituição de sujeitos e identidades cidadãs (PAIVA, 2002, p.27).<br />

O modelo ora vivenciado em busca de mudanças de comportamentos,<br />

aponta-nos o quão distante está da realidade do adolescente, pois muitos explicitam<br />

certa dificuldade para lembrar ou mesmo responder às questões propostas, tornando<br />

evidente o desinteresse.<br />

“Não, já teve aqui no colégio, faz tempo já” (Renato, 16 a.), afirmou Renato<br />

quando questionado sobre os trabalhos desenvolvidos pela Secretaria de Saúde.<br />

“Não. Ah, tive palestra na escola, vem uma mulhe aí” (Ricardo, 18 a.).<br />

Entendemos o desinteresse partindo do pressuposto de que o adolescente<br />

busca respostas às questões que lhe foram transmitidas. Vale dizer: ele não é mero<br />

produto, ao contrário, reage ativamente buscando respostas próprias que lhe façam<br />

sentido. (MATHEUS, 2003). No entanto, esse caminho de construção só será<br />

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