MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

“Aqui eles vêm, explicam, distribuem camisinhas... Foi uma informação boa
né! Na hora não sei ” (Rafael 14 a.).
Durante a entrevista, observamos ainda nas respostas a carência de
significado das ações.
“É eles, quando ta perto de festa eles vão, distribuem camisinha, dão
telefone pra liga (Carla, 16 a.)”.
Até mesmo o conflito de informações, ou seja, entendimentos equivocados,
adquiridos de participação em palestras, podem ser notados:
“Sexo seguro eu sei que tem que usa camisinha. Tem que depois que a
gente faz tem que lava bem... Há tem um monte de jeito de cuida pra não pega
doença”. (Renata, 16 a.)
camisinha.
Outros relacionam trabalhos de prevenção somente com a distribuição de
“Só de dá camisinha nos postos de saúde, que eu acho que eles dão”
(Samuel, 15 a.).
pesquisadora.
“E, na rua, já participaste de alguma campanha?”, perguntou a
“Já, no carnaval, distribuíam camisinha” (Samuel, 15 a.).
“É tipo eles vêm aqui, tipo... como posso explicar pra senhora... eles
entregam preservativo e tão sempre comentando sobre como se transmite a doença,
o que fazer pra cuidar, essas coisas” (Paulo, 14 a.).
A maneira como o adolescente se expressa quanto à distribuição de
preservativos deixa transparecer um certo descaso, uma fato de pouca importância.
Observa-se que as campanhas de distribuição gratuita de
preservativos, da forma como são feitas, não funcionam muito bem com os
adolescentes. Isso porque elas são monolíticas e não levam em conta as
especificidades e as dificuldades ligadas a cada sexo, a cada classe social,
ou seja, são feitas para um adolescente “unissex, tamanho único” (VIEGAS-
PEREIRA, 2000, p.20).
É importante ressaltarmos que, excetuando-se um participante o qual fez o
curso de multiplicador, todos os participantes de palestras tiveram acesso a elas
dentro da escola, por ser este um espaço propício, pois, como mencionado, “falar
em prevenção é falar em educação”.
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