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MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

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na parada gay”.<br />

“Bejo, através de seringa compartilhada. Já trabalhei, fiz o curso e trabalhei<br />

“Curso de multiplicadores?”, perguntou a pesquisadora.<br />

“Isso multiplicadores” (CecÍlia, 16 a.).<br />

Com isso, não queremos dizer que informar não seja importante, ao<br />

contrário, como bem afirma Ayres (2000), a informação é um elemento fundamental<br />

na construção da cidadania:<br />

59<br />

Agir no sentido de preparar as pessoas para enfrentar a<br />

epidemia é também, e especialmente, tentar pensar, para cada<br />

grupo com que se vai trabalhar, quais são os conjuntos das<br />

condições que efetivamente limitam as chances de as pessoas<br />

adotarem aqueles comportamentos mais protegidos e protetores<br />

(AYRES, 2000, p. 27).<br />

Nossa crítica está voltada àquele tipo de informação depositada no outro<br />

como um recipiente vazio, onde não há chance de solucionar o problema. Como<br />

resultado, surgem contradições próprias da informação que é prestada aos<br />

adolescentes. A título de ilustração, citamos a idéia de que “estar exposto ao vírus<br />

não significa estar infectado”. Ora, trata-se de uma mensagem confusa e<br />

contraditória, pois o adolescente pode racionalizar o risco examinando sua chance<br />

de contaminação. Para alguns, pode ser um convite ao risco, uma sedução, uma<br />

espécie de roleta-russa (AYRES, 2000).<br />

Desse modo, a informação deve se constituir numa ferramenta para que os<br />

adolescentes possam aprender a identificar uma situação de risco, compreender sua<br />

vulnerabilidade, conhecer as alternativas que eles possuem para se proteger, decidir<br />

qual é a melhor escolha a cada situação, levando em conta seus valores pessoais,<br />

diante da conscientização do risco e do dimensionamento das conseqüências. Caso<br />

contrário, a informação e as estratégias educativas não ultrapassarão sequer a<br />

superfície do problema: “É como atirar pedras em lagos escuros. Produz-se um<br />

abalo de superfície, observam-se efêmeras ondulações provocadas e perde-se de<br />

vista aonde a pedra vai parar e o que realmente acontece com ela” (AYRES, 2002,<br />

p.16).<br />

Merchán-Hamann (1995) explica, em seu trabalho com adolescentes, que a<br />

informação sobre AIDS havia chegado a todos, a noção de contágio era fonte de<br />

preocupação, embora com muitas crenças e informações mal compreendidas sobre

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