13.04.2013 Views

MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

uma captação crítica do desafio e não sejam o resultado de prescrições ou de<br />

expectativas alheias”.<br />

Verifica-se que, nos programas de educação em saúde, os problemas<br />

encontrados, como a “falta de saúde”, são possíveis de ser solucionados desde que<br />

se disponha de informações técnico-científicas adequadas. Esse modelo<br />

desconsidera todo um saber individual, uma história de vida embasada em cultura,<br />

crenças, valores de um grupo. Torna-se, portanto, necessário avaliar não só o<br />

conteúdo da informação à adoção ou mudança de comportamento, como a forma e<br />

o porquê da informação comunicada.<br />

Com isso, não estamos defendendo a persuasão de mensagens ou<br />

estratégias, mas, sim, tentando mostrar que a informação científica recebida “é um<br />

elemento que passa pela vida das pessoas através de um filtro de seus próprios<br />

saberes gerando um conhecimento diferente” (MEYER, 2006, p. 5). Essas<br />

mensagens são necessárias a fim de proporcionar sua competência e liberdade para<br />

decisões.<br />

Meyer (2006) enfatiza que a educação deve ser trabalhada como um<br />

processo no qual o indivíduo se transforma em sujeito de uma cultura, reconhecendo<br />

nela muitas instâncias sociais envolvidas. É por meio da cultura de um determinado<br />

grupo que se atribuem sentido às coisas, isso implica a cada grupo a possibilidade<br />

de viver de forma diferenciada e atribuir um significado diferente a um mesmo<br />

fenômeno ou objeto.<br />

Adquirimos crenças, princípios e valores, transmitidos de geração em<br />

geração segundo cada sociedade, portanto, culturalmente, somos diferentes. Somos<br />

dotados de inteligência, capacidade de saber, fazer e agir. Vivemos contradições<br />

como, por exemplo, conviver simultaneamente com o amor e o ódio, o trabalho e o<br />

descanso, e somos ainda capazes de tomar atitudes por meio da racionalidade,<br />

embora, por vezes, a emoção tome conta de nós incitando-nos a agir de forma<br />

instintiva. Mas a nossa inteligência é capaz de explicar nossas ações, até mesmo o<br />

impulso mais inexplicável (MORIN, 2002).<br />

Visto sermos humanos, só existimos em sociedade. Em contrapartida, a<br />

sociedade só se forma porque existimos e a compomos. Cada sociedade é<br />

carregada de uma cultura e, se somos capazes de assimilar e transformar culturas<br />

diferentes da nossa, esse processo torna-se enriquecedor. Por outro lado,<br />

desconsiderar uma cultura seria empobrecedor (MORIN, 2002).<br />

56

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!