13.04.2013 Views

MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tais condutas e ao efetivo poder de transformação ocorrido com base nessa<br />

consciência.<br />

Assim, a importância conferida à determinada doença, à sua prevenção está<br />

fortemente relacionada ao significado construído individualmente, o que vai variar de<br />

acordo com as condições sociais, econômicas, culturais de cada grupo.<br />

“Ah é difícil falar assim né? É uma coisa assim... eu acho complicado falar<br />

porque eu não tenho noção do que é.Ta DST... (referindo-se que o conceito ela<br />

sabe), mas eu não tenho noção da gravidade da coisa, apesar de ouvir falar”.<br />

“É um conhecido desconhecido?”, perguntou a pesquisadora.<br />

“É, é porque apesar de todo mundo falar assim, que ta aumentando o<br />

percentual de contágio da doença, que todo mundo ta pegando, que tem que se<br />

cuida, mas eu não conheço ninguém que tenha, então parece que não é bem assim<br />

né, mas é” (Betina, 17 anos).<br />

Pela fala dos adolescentes, é impossível deixar de ver que o entendimento<br />

negativo do significado de DSTs/AIDS associa-se à forma como um se posiciona<br />

diante do outro, portador de uma DST, ou seja, como uma pessoa, limitada para<br />

vida, culpada de sua condição, promíscua, contrariando o que se preconiza – o<br />

respeito e a solidariedade. Dessa forma, o presente trabalho deve proporcionar a<br />

reflexão para a construção, com base nas idéias introjetadas, a fim de os<br />

adolescentes em questão encontrem um espaço para compreender o seu “eu” e o<br />

dos outros, tornando-os capazes de exercer sua cidadania de maneira consciente.<br />

Conforme Seffner, “A AIDS, como doença mortal, provoca um sentimento<br />

de morte anunciada. Quem tem AIDS é visto como morto, antecipa-se nele a morte e<br />

isso condiciona quase todos os atos da nossa relação com o doente” (1998-d, p. 8).<br />

Na fala dos adolescentes, em alguns momentos, percebemos esse sentido negativo<br />

que lhe é atribuído, como bem ilustra o trecho a seguir.<br />

“Uma doença bem complicada acaba com a vida eu acho ...”<br />

“Por quê?”, perguntou a pesquisadora.<br />

“Porque tu vai te torna uma pessoa limitada pras coisas. Tu tem que ta<br />

sempre usando remédio, não é?” (Samuel, 15 a).<br />

Ou, então, emerge uma aparente consciência da importância da prevenção,<br />

porém dissociada do significado. Prevenir como? De quê? “Mas o meu<br />

comportamento é de risco?”<br />

53

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!