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MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...

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pode julgar que está livre da doença: “Há um descompasso entre o avanço da<br />

epidemia e as representações que a maioria da população faz acerca dela”<br />

(SEFFNER,1998-b. p. 4).<br />

Com a evolução da doença em termos estatísticos, as lutas das<br />

organizações não-governamentais, as pesquisas, entre outros fatores, surgiu uma<br />

nova constatação: todos podem se infectar com o HIV, dependendo do<br />

comportamento que assumir. Assim, se não for utilizado preservativo nas relações<br />

sexuais, pode contrair o vírus.<br />

De acordo com essa modalidade – comportamento de risco –, tudo se<br />

resume a uma questão individual: “Eu me cuido ou eu não me cuido”. Não se levam<br />

em conta questões sociais, de gênero, de acesso a informações, entre outros<br />

aspectos que influenciam individualmente o comportamento das pessoas. Assim,<br />

caso alguém se infecte pelo HIV, a culpa é exclusivamente sua, pois adotou um<br />

comportamento de risco. Isso coloca todos em igualdade em relação à doença<br />

(SEFFNER, 1998-d).<br />

No entanto, as condições sociais, o acesso às informações, assim como<br />

outros fatores citados, possibilitam às pessoas internalizarem e compreenderem, de<br />

uma maneira individual, própria, o significado de DSTs/AIDS e, com base nessa<br />

compreensão, entenderem seu comportamento como de risco ou não. A fala dos<br />

adolescentes expõe claramente tais questões.<br />

“Não sei, nem penso muito nisso, não é uma coisa que chegue a representar<br />

alguma coisa. Simplesmente doenças que se não tiver um cuidado são facilmente<br />

transmitidas”. (Rafaela, 16 a).<br />

“Distante?”, complementou a pesquisadora.<br />

“Eu acho... mais por isso assim... É uma coisa que eu acho que hoje em dia,<br />

até nos jovens, é uma coisa que não é levada tão em conta...Tipo não se preocupa<br />

tanto com isso, nem se tu ta conversando sobre relações nunca se preocupam com<br />

isso, com a AIDS. É... eu acho tipo... ainda mais quando se fala em relações<br />

sexuais, a principal coisa que preocupa é a gravidez” (Rafaela, 16 a).<br />

Para Ayres (1996), o comportamento de maior ou menor risco deve ser<br />

entendido não como uma escolha livre e voluntária dos indivíduos, mas deve estar<br />

associado às condições do meio natural e social em que se manifestam esses<br />

comportamentos, ao grau de consciência desenvolvido por esses indivíduos sobre<br />

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