MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...
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adolescente, no que diz respeito aos aspectos psicológicos, depende de sua história<br />
pessoal, sua competência sexual, cognitiva e social. A família e o meio social<br />
estabelecem uma ponte entre os espaços psíquicos e somáticos, que são<br />
indissociáveis.<br />
Esta visão é sustentada pelo fato de que atitudes e comportamentos<br />
adotados ligam-se a diferentes fatores, integrando-se a um processo iniciado no seio<br />
da família e, após, no cenário social em que o adolescente se encontra. Por<br />
conseguinte, “a adolescência é uma etapa da vida na qual a personalidade está em<br />
fase final de estruturação e a sexualidade se insere nesse processo, sobretudo<br />
como um elemento estruturador da identidade do adolescente”. (OSÓRIO, 1992<br />
apud CANO et al., 2000, p.2)<br />
É, pois, um período de desenvolvimento intelectual, físico e emocional<br />
muitas vezes caracterizado pela exploração e experimentação. O adolescente<br />
começa a explorar sua sexualidade e a desenvolver sua autonomia. Assim, é um<br />
momento de aquisição de novas forças e competências, mas também de riscos,<br />
incluindo o risco de infecção por HIV e de novas vulnerabilidades (CANAVARRO;<br />
PEREIRA; MORGADO, 2003).<br />
Como bem descreve Theodore Lidz (1983, p.104),<br />
É uma época de metamorfose física e emocional, durante a qual o<br />
adolescente se sente alheado do eu que a criança conhecia. É um tempo de<br />
busca interna para se saber quem é; uma procura no exterior a fim de<br />
localizar o lugar que se tem na vida; um anseio por outrem a fim de<br />
satisfazer os fortes desejos de intimidade e realização. É uma ocasião de<br />
despertar turbulento para o amor e para a beleza, mas também de dias<br />
escurecidos para a solidão e o desespero. É um tempo de vagares<br />
descuidosos dos espíritos através dos reinos da fantasia e em busca de<br />
visões idealísticas, mas também de desilusão e desgosto com o mundo e o<br />
eu.<br />
Nessa turbulenta fase, ocorre um intenso esforço no sentido de o<br />
adolescente se afirmar como adulto e abandonar comportamentos infantis. Dessa<br />
forma, na ânsia de tomar atitudes adultas, alguns, por exemplo, vivenciam o uso de<br />
drogas. Como bem sabemos, o cigarro e o álcool sempre instigaram os<br />
adolescentes, como se, ao consumirem tais drogas, passassem a fazer parte de um<br />
mundo exclusivamente adulto, conforme observa Lidz:<br />
Agora o jovem precisa adquirir uma personalidade de ego, uma<br />
identidade ou seu próprio direito e não simplesmente como filho ou filha,<br />
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