MAIRA GUEDES PILTCHER RECUERO INVESTIGANDO ...
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contexto político e social de cada país, e dos programas de saúde e educação<br />
existentes (PAIVA, 2002).<br />
Quando iniciaram o trabalho, as autoras levantavam alguns<br />
questionamentos: Quem são os adolescentes? Como entendem a epidemia? O que<br />
fazem para se proteger? Depararam-se com adolescentes os quais muito se<br />
diferenciavam quanto às realidades, às oportunidades e aos cotidianos a eles<br />
relacionados. Em decorrência disso, foi necessário elaborar uma proposta de acordo<br />
com o contexto do grupo em questão, de maneira que o adolescente se sentisse<br />
como pertencente ao processo, e não uma proposta construída com base em uma<br />
realidade distante. Com a palavra, as pesquisadoras:<br />
O trabalho de prevenção com jovens que, desenvolvemos ou<br />
acompanhamos, tem buscado construir espaços para que eles possam se<br />
conhecer e se reconhecer em suas diferenças de raça e credos, de atitudes,<br />
de gêneros, de preferências sexuais, em realidades sociais e momentos de<br />
vida diferentes. Buscamos colaborar para que se tornem cidadãos, ocupem<br />
e transformem seu lugar social através da ação: questionado, propondo,<br />
discutindo, escolhendo, decidindo, experimentando, respeitando as<br />
diferenças (PAIVA; PERES; BLESSA, 2002, p.6).<br />
Paiva (2002) relata que, quando o estudo foi desenvolvido com um grupo da<br />
FEBEM, o maior desafio era conciliar a prevenção com um grupo que sobrevivesse<br />
do risco e em risco. As oficinas eram desenvolvidas fundamentando-se em<br />
atividades de arte-educação e discorrendo sobre temas, além da AIDS e prevenção,<br />
escolhidos por eles, tais como drogas, violência policial, injustiça social,<br />
desemprego, racismo, entre outros.<br />
Como indicativo dessa pesquisa, as autoras explicam que os jovens são<br />
muito receptivos, preferindo a colaboração à preleção, a fim de analisarem seus<br />
problemas e apontarem, juntos, alternativas para solucioná-los ou, então, minimizá-<br />
los. Aprenderam que a prevenção do HIV deve estar integrada à educação à<br />
cidadania, pois, assim, o jovem é constantemente encorajado a ser cidadão e<br />
opinar, discutir, escolher seus caminhos para transformar sua condição social.<br />
Enfatizam que, sobretudo, é preciso decodificar cada cenário motivador da<br />
vulnerabilidade ao qual os jovens têm de se submeter, para, depois, apresentarem<br />
propostas de prevenção e informações coerentes segundo aquele contexto.<br />
Assim, entendemos que, entre as políticas propostas, a prevenção deva ser<br />
alcançada pela informação clara, associada ao contexto social, econômico e cultural<br />
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