eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

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Questionário direcionador Persona Alfa (o primeiro criado, pessoa ou grupo) 1. É definida de forma clara na comunidade? 2. Há narrativas, contos, lendas e registro mitológico? 3. É um indivíduo ou uma comunidade? 4. É humano ou espírito? 5. Gerou descendência humana? 6. É um ser moralmente definido? Ético ou aético 62 ? 7. Descreva a Persona Alfa a partir das cosmogonias, antropogonias e mitos. Ponto Alfa (o criador / força criadora ou o momento da criação) 8. É pessoal ou impessoal? 9. Qual o seu nome? (genérico ou particular) 10. Há apelidos ou expressões que o definam? 11. Há presença de teofanias e hierofanias ? 12. Onde habita? 13. Quais são suas características? 14. É possível descrever sua origem? 15. Possui atributos divinos? 16. É presente ou ausente? 17. Interage com a humanidade/comunidade? 18. Exerce controle sobre o ambiente e as pessoas? 19. Qual sua função social? Controlador Controlador adorado Observador Não participante Orientador Gerador de segurança social ou cosmológica Outra função 20. Se ausente, quais foram as causas desse afastamento? Há narrativas? Há conceituação comunitária? É um fato ainda ‘sentido’? 21. Há alguma expectativa de restauração de relacionamento? 22. Na cosmologia do grupo estudado, onde o Ponto Alfa se localiza ou habita? Descreva ou aponte. No além No aquém Transitando entre os dois mundos Relacionando-se no além e aquém Neste caso, apontar com quem e quais suas funções. Possui função social presente 23. Descreva o “Ponto Alfa” a partir das cosmogonias, mitos e compreensão de mana – entidade ou força controladora do universo. 24. Descreva outros personagens que com ele interagem, como esposas, filhos e amigos, e registre a narrativa relacional com os mesmos. 62 Um ser ético é bom ou mau, ou seja, com um caráter definido. Um ser aético é bom e mau, com um caráter indefinido mudando de postura ou humor a cada momento. 66 eBookAntropologia MissionáriaRonaldo A Lidório

25. Se pessoal, é percebido como um ser ético ou aético? Confiável? Associado a que atributos? Dimensão ética Relembremos que Antropos é baseado em quatro dimensões: histórica, ética, étnica e fenomenológica. Após termos visto os elementos de pesquisa e estudo na dimensão histórica passemos à ética. Se na dimensão histórica foi levantada a pergunta quem somos nós?, por sua vez, tratando da ética, do homem e seus valores culturais, a pergunta que levantaremos agora será: como nós pensamos? Ou ainda, quais são nossos valores? E buscamos este pensar humano gerador (ou receptor) de valores culturais como pecado, perdão, comunicação, normas de agrupamento e dispersão e coisas afins. Todo agrupamento e sociedade humana possuem valores e normas o que, de maneira geral, associamos à moral. Mauss já enfatizava que a moral pré-existente na consciência humana desabrocha em valores semelhantes e normas semelhantes em diversas gerações e agrupamentos. Ou seja, por sermos seres morais e unidos por uma historicidade cultural, mesma origem, desenvolvemos valores parecidos e universais. Isto poderia ser facilmente comprovado através de um estudo de caso quando isolamos um valor, por exemplo, a sensualidade. Ela é condenada em praticamente todas as culturas em suas diferentes formas quando ultrapassa o que aquela sociedade considera tolerável. Mesmo estando sempre ligada a partes do corpo humano, danças, roupas e atitudes, sua manifestação é distinta de grupo a grupo (o que é sensual no Brasil não o é necessariamente em Gana), porém seu valor é uno e por ser assim a sensualidade cria tabus e tolerâncias muito semelhantes em diferentes sociedades e épocas. O Museu do Cairo, por exemplo, apresentou em 1979 uma galeria de roupas, adornos e cosméticos dedicados à produção de sensualidade em moças egípcias durante mais de 20 gerações. Apesar de experimentarmos certos valores de forma adaptada ao nosso contexto e ambiente, tais valores nos unem e nos tornam socialmente semelhantes. É preciso pontuar, nesta altura, que apesar do homem ser um ser moral, a expressão de sua moralidade se baseia na conjuntura de suas crenças e práticas e grupos distintos possuem diferentes crenças e práticas. Ao falar sobre “totemismo” exporei mais a respeito, porém é saudável mantermos em mente que a investigação da fonte da vida, ou seja, aquilo ou aquele que gera e mantém a vida, é capítulo fundamental para nossa compreensão da expressão de moralidade do grupo observado. Partindo 67 eBookAntropologia MissionáriaRonaldo A Lidório

25. Se pessoal, é percebido como um ser ético ou aético? Confiável? Associado a<br />

que atributos?<br />

Dimensão ética<br />

Relembremos que Antropos é baseado em quatro dimensões: histórica, ética, étnica e<br />

fenomenológica. Após termos visto os elementos de pesquisa e estudo na dimensão<br />

histórica passemos à ética.<br />

Se na dimensão histórica foi levantada a pergunta quem somos nós?, por sua vez,<br />

tratando da ética, do homem e seus valores culturais, a pergunta que levantaremos<br />

agora será: como nós pensamos? Ou ainda, quais são nossos valores? E buscamos<br />

este pensar humano gerador (ou receptor) de valores culturais como pecado, perdão,<br />

comunicação, normas de agrupamento e dispersão e coisas afins.<br />

Todo agrupamento e sociedade humana possuem valores e normas o que, de maneira<br />

geral, associamos à moral. Mauss já enfatizava que a moral pré-existente na<br />

consciência humana desabrocha em valores semelhantes e normas semelhantes em<br />

diversas gerações e agrupamentos.<br />

Ou seja, por sermos seres morais e unidos por uma historicidade cultural, mesma<br />

origem, desenvolvemos valores parecidos e universais. Isto poderia ser facilmente<br />

comprovado através de um estudo de caso quando isolamos um valor, por exemplo, a<br />

sensualidade. Ela é condenada em praticamente todas as culturas em suas diferentes<br />

formas quando ultrapassa o que aquela sociedade considera tolerável. Mesmo<br />

estando sempre ligada a partes do corpo humano, danças, roupas e atitudes, sua<br />

manifestação é distinta de grupo a grupo (o que é sensual no Brasil não o é<br />

necessariamente em Gana), porém seu valor é uno e por ser assim a sensualidade cria<br />

tabus e tolerâncias muito semelhantes em diferentes sociedades e épocas. O Museu<br />

do Cairo, por exemplo, apresentou em 1979 uma galeria de roupas, adornos e<br />

cosméticos dedicados à produção de sensualidade em moças egípcias durante mais de<br />

20 gerações. Apesar de experimentarmos certos valores de forma adaptada ao nosso<br />

contexto e ambiente, tais valores nos unem e nos tornam socialmente semelhantes.<br />

É preciso pontuar, nesta altura, que apesar do homem ser um ser moral, a expressão<br />

de sua moralidade se baseia na conjuntura de suas crenças e práticas e grupos<br />

distintos possuem diferentes crenças e práticas. Ao falar sobre “totemismo” exporei<br />

mais a respeito, porém é saudável mantermos em mente que a investigação da fonte<br />

da vida, ou seja, aquilo ou aquele que gera e mantém a vida, é capítulo fundamental<br />

para nossa compreensão da expressão de moralidade do grupo observado. Partindo<br />

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