eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep
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- registro de breves biografias;<br />
- registro (e gravação) de mitos, lendas e contos;<br />
- levantamento de dados estatísticos atualizados quanto à população.<br />
e) A participação se dá através da preparação de um cenário para o estudo e<br />
compreensão de um fato social.<br />
- escolher o fato social a ser estudado;<br />
- planejar o momento e cenário quando se dará a observação;<br />
- interagir com pessoas locais durante a observação do fato social a fim<br />
de recolher impressões, comentários e descrições;<br />
- participar do fato social, quando possível e bem-vindo.<br />
Comparando as descrições de Washington Matthews e Bourke pode-se perceber, em<br />
um exemplo isolado de análise antropológica, a fraqueza do método aplicado à<br />
divisão de clãs em sociedades totêmicas. Se por um lado Washington detalhou a<br />
criação de clãs entre os Navajo a partir de agremiações ao redor de um valor<br />
totêmico, Bourke encontrou criações de clãs por divisões funcionais. O método possui<br />
grave influência nas conclusões do estudo.<br />
Evans-Pritchard nos fala a respeito do uso de máscaras. Apesar de ser um rito<br />
encontrado em diversas etnias com um mesmo pano de fundo religioso, animista por<br />
exemplo, as origens provam serem diversas e distintas. Alguns grupos utilizam<br />
máscaras a fim de enganar os espíritos quanto à identidade daqueles que as usam.<br />
Outros as utilizam personificando um espírito e desta forma o mascarado afugenta<br />
outros espíritos. Algumas máscaras são comemorativas e isentas de valor religioso,<br />
outras ainda puramente teatrais ou mitológicas. Desta forma podemos concluir que o<br />
método comparativo possui a fraqueza da generalização de valores. Fenômenos<br />
semelhantes possuem, em diversos casos, origens distintas e, portanto, trazem em si<br />
verdades distintas. Cada caso precisa ser analisado separadamente, unicamente, à<br />
procura do elemento factual ali presente.<br />
Há diversos métodos historicamente usados para o estudo cultural que podemos<br />
dividir, em linhas gerais, em sistema adaptativo e teorias idealistas.<br />
Sistema adaptativo e teorias idealistas<br />
Kessing 49 é o promotor do sistema adaptativo no qual “as culturas são sistemas que<br />
servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos...<br />
incluindo organização econômica, agrupamento social, organização política, crenças e<br />
49 Keesing, Roger, em seu artigo “Theories of Culture”, 1974<br />
56 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório