eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep
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tipológicas, e tornavam secundárias as diferenças entre indivíduos e grupos. Agora, através de uma visão cultural vemos que se tornar humano é “tornar-se individual, e nós nos tornamos individuais sob a direção dos padrões culturais... (que) não são gerais, mas específicos” 35. Portanto poderíamos conceituar homem, para nosso estudo antropológico, como o ser em cultura, que se define a partir da sua história, suas idéias e envolvimento social. Em sua consciência, em sua moralidade e racionalidade, assim como em sua espiritualidade o homem pode aventurar-se num caminhar construtivo em sua própria essência humana através de sua vocação cultural. 35 idem 32 eBook – Antropologia Missionária – Ronaldo A Lidório
Capítulo 3 Orientação de aquisição lingüística e padrões de abordagem cultural O primeiro cuidado que devemos tomar, ao adentrarmos no estudo etnológico é discorrermos a respeito de suas limitações. Laburthe-Tolra e Warnier, a propósito da pesquisa etno-antropológica, salienta o aspecto da prolongada familiaridade 36 que precisa haver entre o pesquisador e o objeto alvo, isto é, o povo ou grupo que pretende estudar. Lembra que, depois da antropologia ter sido reconhecida como disciplina, muitas empresas encomendam trabalhos e desejam seus resultados em pouco tempo, o que motiva um estudo raso e desconectado da realidade atual. Ele afirma que “a longa familiaridade... à qual só se pode ter acesso sendo aceito pelo grupo observado e participando de seu dia-a-dia...” é o instrumento de trabalho mais adequado ao pesquisador. Laburthe-Tolra e Warnier nos alerta que é necessário conviver com o povo a ser abordado. Somente assim podemos ter acesso à forma como este povo pensa, se organiza e os valores ali existentes. Algo interessante a acrescentar aqui é que este povo, seja urbano, seja tribal, não tem categorias demarcantes de seus valores. Ou seja, apesar de experimentá-los a cada dia não saberiam explicá-los ou sistematizá- los. Por exemplo, a expressão pós-modernismo surgiu para explicar certo comportamento a partir de novos valores na sociedade humana complexa, normalmente urbana ou rural, não tribal. Mas antes de surgir o termo, aquilo que foi motivo de sua criação já existia: as idéias. O mesmo ocorre em sociedades chamadas simples. Entre os Konkombas de Gana, por exemplo, não se encontra o termo magia. No entanto há uma expressão para vento: libuln. E conforme a atitude do vento (força, direção, altitude) algo pode ser ou não mágico. Apesar de não haver um termo identificador há uma elaborada idéia de magia. Cabe a nós categorizarmos, para entendermos e sistematizarmos, tais idéias. É necessário, assim, estudarmos os valores deste povo e transformá-los em valores escritos e inteligíveis para nós, como fator fundamental para entendermos seu universo e comunicarmos bem nele. Aquisição lingüística e cultural Nesta nossa orientação básica enfatizarem os elementos que julgo essenciais para o estudo e aprendizado de uma língua. São eles: 1) Coleta e organização; 2) Estudo e 36 Laburthe-Tolra e Warnier. Etnologia, Antropologia. Editora Vozes, 1997. pg. 423. 33 eBook – Antropologia Missionária – Ronaldo A Lidório
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através de uma visão cultural vemos que se tornar humano é “tornar-se individual, e<br />
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gerais, mas específicos” 35. Portanto poderíamos conceituar homem, para nosso<br />
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