13.04.2013 Views

eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O segundo grupo é formado por aqueles que, ao fim, conseguem achar humildade de<br />

espírito suficiente para concluir que, mesmo não defendendo cientificamente a<br />

existência de Deus, a vida (especialmente a humana) não poderia ser concebida sem a<br />

presença interventora do Eterno. Rendem-se, não à adoração a Deus, mas à sua<br />

necessidade, para eles próprios existirem. Dentre eles encontramos Levy-Strauss,<br />

Chomsky, Mauss e o próprio Kant, em seus arroubos de iluminação.<br />

Gostaria inicialmente de destacar Noam Chomsky, um dos mais respeitados<br />

lingüistas do século XX, conhecido por sua busca axiomática das estruturas de<br />

comunicação e influente no mundo acadêmico e filosófico. Judeu, filho de um<br />

estudioso da língua Hebraica, tentou ele explicar racional e empiricamente as raízes<br />

de comunicação -humana quando, desenvolvendo seus principais estudos em<br />

Harvard foi tomado pela síntese teórica, óbvia ao seu ver, da ‘cognição inata’. Em<br />

poucas palavras trata-se da compreensão de que a comunicação -cultural foi<br />

desenvolvida antes dos agrupamentos sociais. Ou seja, toda a estrutura de<br />

comunicação humana, verbal ou semiótica, foi criada antes do ser humano se<br />

agrupar. Ele afirma que ‘a liberdade lingüística e a criatividade não são adquiridas,<br />

mas sempre existiram de forma apriorística” 145 e finalmente sucumbe reconhecendo<br />

que usuários de linguagem jamais poderiam compreender novas estruturas<br />

gramaticais sem jamais as ter encontrado na prática, o que torna a linguagem inata, e<br />

primeira, antes da dispersão social. Chomsky concluiu a necessidade do Eterno para<br />

que a humanidade pudesse se comunicar.<br />

Chomsky trata também em outros estudos da aquisição da linguagem e a sua<br />

competência pressupondo a criatividade como sendo algo nascido do<br />

“estímulo/resposta” 146 . Entretanto mais uma vez conclui que a linguagem, por sua<br />

estrutura -comunicativa, não poderia ter sido assimilada. Antes precisaria ter sido<br />

criada pré-homem. Afirma que ‘a linguagem não possui, como muitos imaginavam,<br />

um status autônomo, ..... mas sim a expressão do sujeito psicológico’. 147 Segundo o<br />

lingüista Saussure 148 ‘primeiro surgiu a parole (fala), depois a langue (estrutura<br />

gramatical)’. Garnins reconhece que ‘a fala surgiu com o primeiro homem, portanto<br />

não evoluiu com as escalas pré-humanas, e indica o dedo de Alguém que, antes do<br />

homos, já se comunicava. 149. Mais uma vez não podemos entender aqui qualquer<br />

apologia teológica mas ver tão somente pensadores e filósofos reconhecendo a<br />

necessidade de Deus. Um acuo filosófico.<br />

145<br />

Lechte, John. Do estruturalismo à pós modernidade. Rio de Janeiro: Difel, 1994.<br />

146<br />

Chomsky: Selected Readings, J. Allen, Oxford University Press. 1971<br />

147<br />

Language and Problems of Knowledge, Cambridge, MIT Press 1988<br />

148<br />

Ferdinand de Saussure, chamado de “pai da lingüística e do estruturalismo” nos círculos de Genebra no<br />

início do XX.<br />

149<br />

Signs and System, Holdcroft, Cambridge Univ Press 1991<br />

230 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!