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eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

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Apêndice 4<br />

Chomsky, Levy-Strauss e Mauss<br />

O pensamento Filosófico e a Necessidade de Deus<br />

<strong>Ronaldo</strong> Lidório<br />

A filosofia antropológica é uma das minhas áreas de interesse, sobretudo as teorias<br />

que giram em torno das formas normativas para agrupamentos sociais. Nos últimos<br />

tempos tenho lido pensadores contemporâneos que, em algum instante de suas<br />

conclusões teóricas, propuseram a não existência de Deus. Já estudava Chomsky há<br />

algum tempo e recentemente interessei-me por outras mentes brilhantes que<br />

igualmente iniciaram suas carreiras acadêmicas tentando dispensar teoricamente a<br />

existência do Eterno na formulação social humana. Minha pequena pesquisa pessoal<br />

tinha como alvo avaliar as conclusões finais em seus estudos já que todo pensador<br />

possui valores ainda inconclusivos ao longo da pesquisa. Como interessado na<br />

antropologia sinto-me atraído pelo que podemos chamar de ‘acuo filosófico’. Um<br />

momento dialético em que o pensador (ou uma sociedade pensante) conclui, mesmo<br />

com amargura e não raramente revolta acadêmica, a necessidade do Eterno sem o<br />

qual a humanidade torna-se empírica e filosoficamente inviável. Reconheço como<br />

leitor da Palavra que não há aí nenhuma luz que os conduza a Deus. Somente a Graça<br />

o faz. Entretanto há certamente uma escuridão que faz compreender o vácuo<br />

existencial sem a concepção de Deus.<br />

Lendo o pensamento científico destes pensadores torna-se quase facilmente<br />

perceptível a sua divisão conclusiva em dois grupos. Aqueles que se frustram<br />

existencialmente e inconcluem suas teorias como Nietzche com seu niilismo onde se<br />

torna “negador de Deus” 141 e posteriormente (como seria diferente?) negador da vida<br />

sendo claramente influenciado pelo trauma da morte do pai, ministro luterano, já por<br />

algum tempo enlouquecido, quando ainda era criança. Ou por Kafka em seu<br />

ceticismo disfuncional onde jamais chegou a conceber sentido para a vida e vendo o<br />

mundo como “uma sociedade esquelética sem qualquer fim” 142 e sem conseguir<br />

detectar ‘a fonte da formulação deste cenário humano que chamamos de vida’ 143 que<br />

aparentemente era seu alvo inicial. Seguem-se a estes, outros como Derrida, Freud,<br />

atualmente Goleman e quase todos à sombra de Darwin sem mencionar Kant com<br />

seu racionalismo irônico onde diz ter “destruído Deus para depois o reinventar,<br />

apenas em benefício da necessidade teísta de Lampe, seu criado”. 144<br />

141 Human All, Cambridge Univ. Press 1986<br />

142 The Diaries of Franz Kafka, Peregrine 1964<br />

143 G. Bataille, Literature and Evil, 1973<br />

144 Kant, Emanuel. Crítica da razão prática. Grandes Filósofos. Porto Alegre: Globo, 1952.<br />

229 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório

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