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eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

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do Deus bíblico como eterno, todo poderoso e desde a antiguidade será bem<br />

compreendida. Por outro lado você deve observar os elementos que poderão<br />

tornar tal apresentação complexa. A cultura “Y”, pelo que lemos, é também<br />

formada por seres aéticos além de ser politeísta. Isto indicará que será<br />

complexa a comunicação do Deus bíblico como sendo único e inteiramente<br />

bom. Para ficar neste exemplo, mais simples, você tem, a respeito de Deus,<br />

duas verdades mais fáceis de serem comunicadas (eterno e poderoso) e duas<br />

mais difíceis (único e inteiramente bom).<br />

Enfatize a explicação bíblica que trata das verdades mais fáceis de ser<br />

comunicada, porém dedique-se de forma mais intensa àquelas mais difíceis.<br />

Possivelmente você precisará utilizar de outros subsídios para que esta<br />

verdade seja bem compreendida. Neste caso (teologia de Deus), junto à cultura<br />

“Y” sugeriria usar algum tempo desenvolvendo a ‘teologia do mal’ (com ênfase<br />

no engano, que ensina a mentira, uma delas que Deus não é inteiramente<br />

bom) antes de voltar ao tema de Deus. Uma outra teologia de auxílio poderia<br />

ser a história de Cristo, revelando assim a pessoa de Deus a partir das ações de<br />

Cristo, especialmente em um povo relacional e oral.<br />

Logo a frente você encontrará alguns modelos de teologias bíblicas. Antes,<br />

porém, passemos para um estudo de caso que, complementar a este exercício,<br />

nos ajudará a compreender bem esta etapa (conclusões aplicadas).<br />

Estudo de Caso - Chakali<br />

Utilizaremos aqui, como estudo de caso, um grupo no noroeste de Gana conhecido<br />

como Chakali. Com população aproximada de 10.000 pessoas, habitam uma vasta<br />

área abundante em caça no noroeste de Gana e nordeste da Costa do Marfim.<br />

Permaneceram isolados até 1970 quando um missionário Metodista tentou uma<br />

aproximação da principal aldeia, Dussê, mas sem sucesso. Um pastor da Evangelical<br />

Church of Ghana, entretanto, permaneceu entre eles durante 3 anos na década de 90.<br />

Pudemos estudá-los lingüística e culturalmente entre 1997 e 1998 e o objetivo era<br />

grafar a língua e fazer a cartilha, num primeiro momento. Um grupo animista com<br />

um brando sincretismo com o islamismo, que remonta há 100 anos.<br />

Os Chakali, de forma geral, seriam uma cultura tradicional, existencial, teófana, com<br />

ênfase no espiritualismo – pois a cultura teófana pode ser espiritualista ou mágica - e<br />

presença de processo mágico (magia branca) limitado, abundantemente totêmica,<br />

sendo que cada clã possui um totem simbolizado em um animal e só caça os animais<br />

que aquele animal do totem caça. Praticam a veneração aos ancestrais, detém<br />

conhecimento cosmogônico de um deus criador e presença de espíritos aéticos, sem<br />

expressão fetichista, o que é raro. Possuem compreensão da vida de forma factual,<br />

não reencarnada. Não há atos de necromancia mas presença acentuada de presságio.<br />

Na categorização humana há apenas homens mágicos e espirituais. Presença, não tão<br />

clara, de cosmogonias que revelam atos de criação étnica. Presença também de mitos<br />

de metamorfose, mitos naturais e um pálido mito messiânico, a respeito de alguém<br />

182 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório

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