eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep
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ombeiros e outros. Suas funções são assim definidas: .... Neste livro você encontrará uma proposta de pesquisa cultural através do método Antropos (método de pesquisa sociocultural), que é composto por três capítulos maiores: o primeiro lhe empresta o mesmo termo: Antropos (que visa à pesquisa etnográfica); o segundo é o Pneumatos (visando à pesquisa fenomenológica) e por fim o Angelos (de aplicabilidade teológica a partir de padrões culturais definidos). Apesar de utilizarmos o expediente descritivo e cognitivo estes são principalmente métodos categorizadores. Os motivos para tal são três: a) nem todos os missionários e pesquisadores têm acesso a um material antropológico mais amplo, fazendo com que o desenvolvimento de categorias diminua as possibilidades de dispersão na pesquisa fornecendo, assim, roteiros a serem seguidos; b) as categorizações contribuem para o registro dos fatos sociais e suas análises, bem como futuro processo de comparação com outros métodos antropológicos; c) possibilita mais facilmente o desenvolvimento de propostas teológicas para comunicação do evangelho de acordo com o perfil cultural concluído. 16 eBook – Antropologia Missionária – Ronaldo A Lidório
Capítulo 1 Pressupostos teológicos Como este livro trata de antropologia e missiologia torna-se necessário pontuarmos os pressupostos teológicos que seguiremos. Historicamente, a ausência de uma comunicação viável, inteligível e aplicável do evangelho em outra cultura ou segmento social tem gerado duas conseqüências desastrosas no movimento missionário mundial: o sincretismo religioso e o nominalismo evangélico. Observemos alguns dos perigos essenciais que enfrentaremos ao tratarmos do assunto e prática da comunicação intercultural do evangelho. Perigos essenciais O primeiro perigo, que é impositivo, tem sua origem na natural tendência humana de aplicar a outros povos sua forma adquirida de pensar e interpretar, prática esta realizada em grande escala pelos movimentos imperialistas do passado e do presente, bem como por forças missionárias que entenderam o significado do evangelho apenas dentro de sua própria cosmovisão, cultura e língua. Desta forma as torres altas dos templos, a cor da toalha da ceia, a altura certa do púlpito e as expressões faciais de reverência tornam-se muito mais do que peculiaridades de um povo e de uma época. Misturam-se com o essencial do evangelho na transmissão de uma mensagem que não se propõe a resgatar o coração do homem mas sim moldá-lo a uma teia de elementos impostos e culturalmente definidos apenas para o comunicador da mensagem, apesar de totalmente divorciados de significado para aqueles que a recebem. As conseqüências de uma exposição impositiva do Evangelho tem sido várias, porém mais comumente encontraremos o nominalismo, em um primeiro momento e, por fim, o sincretismo quase irreversível. David Bosch 6 afirma que o valor do evangelho, em razão de proclamá-lo, está totalmente associado à compreensão cultural do povo receptor. O contrário seria apenas um emaranhado de palavras que não produziriam qualquer sentido sociocultural. Não há como pregarmos um evangelho a-cultural, pois o alvo de Cristo ao se revelar na Palavra foi atingir pessoas vestidas com sua identidade humana. A perigosa apresentação política do Evangelho a que nos referimos, portanto, confunde o evangelho com a roupagem cultural daquele que o expõe, deixando de apresentar Cristo e propondo apenas uma religiosidade vazia e 6 Bosch, David J. 1983. The structure of mission: An exposition of Matthew 28:1-20. In: Exploring church gorwth, ed. Wilbert R. Shenk, 218-248. Grand Rapids, MI: Eerdmans. 17 eBook – Antropologia Missionária – Ronaldo A Lidório
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Capítulo 1<br />
Pressupostos teológicos<br />
Como este livro trata de antropologia e missiologia torna-se necessário pontuarmos<br />
os pressupostos teológicos que seguiremos.<br />
Historicamente, a ausência de uma comunicação viável, inteligível e aplicável do<br />
evangelho em outra cultura ou segmento social tem gerado duas conseqüências<br />
desastrosas no movimento missionário mundial: o sincretismo religioso e o<br />
nominalismo evangélico. Observemos alguns dos perigos essenciais que<br />
enfrentaremos ao tratarmos do assunto e prática da comunicação intercultural do<br />
evangelho.<br />
Perigos essenciais<br />
O primeiro perigo, que é impositivo, tem sua origem na natural tendência humana de<br />
aplicar a outros povos sua forma adquirida de pensar e interpretar, prática esta<br />
realizada em grande escala pelos movimentos imperialistas do passado e do presente,<br />
bem como por forças missionárias que entenderam o significado do evangelho apenas<br />
dentro de sua própria cosmovisão, cultura e língua. Desta forma as torres altas dos<br />
templos, a cor da toalha da ceia, a altura certa do púlpito e as expressões faciais de<br />
reverência tornam-se muito mais do que peculiaridades de um povo e de uma época.<br />
Misturam-se com o essencial do evangelho na transmissão de uma mensagem que<br />
não se propõe a resgatar o coração do homem mas sim moldá-lo a uma teia de<br />
elementos impostos e culturalmente definidos apenas para o comunicador da<br />
mensagem, apesar de totalmente divorciados de significado para aqueles que a<br />
recebem.<br />
As conseqüências de uma exposição impositiva do Evangelho tem sido várias, porém<br />
mais comumente encontraremos o nominalismo, em um primeiro momento e, por<br />
fim, o sincretismo quase irreversível. David Bosch 6 afirma que o valor do evangelho,<br />
em razão de proclamá-lo, está totalmente associado à compreensão cultural do povo<br />
receptor. O contrário seria apenas um emaranhado de palavras que não produziriam<br />
qualquer sentido sociocultural. Não há como pregarmos um evangelho a-cultural,<br />
pois o alvo de Cristo ao se revelar na Palavra foi atingir pessoas vestidas com sua<br />
identidade humana. A perigosa apresentação política do Evangelho a que nos<br />
referimos, portanto, confunde o evangelho com a roupagem cultural daquele que o<br />
expõe, deixando de apresentar Cristo e propondo apenas uma religiosidade vazia e<br />
6 Bosch, David J. 1983. The structure of mission: An exposition of Matthew 28:1-20. In: Exploring church<br />
gorwth, ed. Wilbert R. Shenk, 218-248. Grand Rapids, MI: Eerdmans.<br />
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