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eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

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Capítulo 8<br />

Cultura e Religiosidade<br />

Este capítulo objetiva cooperar com conceitos que devem ser entendidos antes de<br />

entrarmos na última abordagem, Angelos. Devemos observar a cosmovisão do grupo<br />

alvo em relação ao sagrado e profano, tabus e assuntos pertinentes. Também<br />

olharemos alguns conceitos antropológicos que nos servirão de auxílio no próximo<br />

capítulo.<br />

Sagrado, Profano e Tabus.<br />

O conceito do sagrado é complexo e deve ser observado como elemento primordial da<br />

religiosidade. Otto o define como um misto daquilo que arrepia, provoca espanto e<br />

fascínio. Piazza o concebe como a teia de elementos invisíveis que ordenam uma<br />

sociedade. Douglas percebe o sagrado como aquilo que está fora da esfera do normal,<br />

visível ou facilmente explicável. Daí se explica os tabus e outras formas de<br />

‘evitamento’ que orbitam ao redor do sagrado.<br />

Em uma abordagem mais utilitária do assunto (sagrado e profano) podemos<br />

identificar inicialmente os tabus presentes em determinado grupo. Tais tabus nos<br />

sinalizarão onde buscar os marcos fundamentais que compõe a religiosidade do<br />

grupo.<br />

Tabu é um termo originado da língua polinésia que sugere o interdito. Ganhou<br />

sentido de evitamento, proibição por razões de crença, temor ou superstição. Os<br />

tabus servem como instrumentos de preservação do sagrado e identificação do<br />

profano.<br />

Levítico capítulo 11 nos apresenta uma listagem de animais puros e impuros. Douglas<br />

expõe que o ‘incomum’ determina o impuro e explica que tudo aquilo que contraria a<br />

ordem natural dos elementos é oposto ao sagrado e deve ser evitado. Ele categoriza os<br />

animais a partir das espécies criadas no gênese: seres das águas, seres da terra e seres<br />

do ar. Todos os que não estejam perfeitamente equipados para o ambiente onde<br />

subsistem é categorizado impuro. Diz que “assim tudo o que se encontra na água e<br />

que não tem escamas nem barbatanas é impuro, como a enguia e o crustáceo... As<br />

criaturas de quatro patas que voam são impuras como os insetos... e a fim de não ser<br />

exceção à regra ou insulto à ordem, portanto para ser puro, o porco de casco fendido<br />

deveria ter sido um ruminante e a serpente que rasteja deveria andar sobre as<br />

145 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório

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