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eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

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mulher, que se aperfeiçoa na arte de dominar, matar ou destruir a partir de atos<br />

mágicos ou invocatórios, portanto não se resume apenas à prática mágica. É<br />

recorrente a crença de que há uma ligação entre a prática de magia negra e o<br />

desenvolvimento de problemas físicos naqueles que a praticam. Entre os Hupdah do<br />

Alto Rio Negro o pajé crê se transformar em onça para atacar espiritualmente e<br />

comer o coração do inimigo, matando-o. Marcelo Carvalho explica que o diagnóstico<br />

para estas mortes súbitas é o Hãwäg sú – agarra coração.<br />

Entre os Konkombas de Gana a magia negra é praticada pelo feiticeiro que acumula a<br />

função de guardião dos fetiches. A proximidade com os fetiches homologa seu<br />

conhecimento, que é empírico e não herdado ou aprendido. A utilização do sangue<br />

derramado de forma específica dentro de uma cabaça, em proporcional mistura com<br />

água e terra (onde está a força da vida na fase infantil enquanto a água a concentra na<br />

fase adulta) é necessário para a prática desta magia que pode causar enfermidade,<br />

desolação, morte ou desencanto com a vida. O sangue, assim, seria um elemento<br />

isolado e específico para a magia negra, não sendo utilizado para finalidades de cura e<br />

proteção. O perfil simpático, semelhante, da magia também é encontrado na magia<br />

negra. Uma mecha de cabelo, portanto, que pode ser manipulada com a intenção de<br />

produzir prosperidade na pessoa alvo que encomenda a magia pode ser igualmente<br />

utilizada para a manipulação de elementos (com outras variações) a fim de causar<br />

enfermidade ou morte em seu dono. Por este motivo freqüentemente encontramos,<br />

em agrupamentos animistas, um cuidado zeloso na proteção de partes do corpo que<br />

podem ser mais facilmente coletadas como cabelo e unhas. São muitas vezes<br />

guardados cuidadosamente e depois descartados em lugares distantes.<br />

Imitativa, referente a amor e ódio e um exemplo clássico é o wodu que imita o objeto<br />

alvo sendo porém bem mais extensa do que percebemos na forma como se tornou<br />

mais conhecida. No Haiti a magia imitativa é popularizada através de bonecos feitos e<br />

manipulados, com forma das pessoas que desejam atingir. No caso do vodu seria<br />

necessário que houvesse algum elemento pertencente a esta pessoa, em um ambiente<br />

propício para o ato mágico. E se crê que, havendo semelhança suficiente entre o<br />

boneco e a pessoa, dentro de uma manipulação preconcebida e aprendida, os atos<br />

realizados com o boneco (manipulação) se refletirão na pessoa que o boneco<br />

representa. Uma das suas variáveis seria a imitação de roças, casas, ambientes<br />

naturais etc. Como o roubo de um elemento representador (arroz, da roça que deseja<br />

atingir, por exemplo) levando-o para casa ou para um local específico e manipulando-<br />

o. Neste caso poderia ser queimado a fim de se obter a queima daquela roça e perda<br />

da produção.<br />

Simpática que trata da fertilidade, proteção e paixão. De forma geral pressupõe-se<br />

128 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório

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